Na semana passada, por motivos familiares, estive em Arroio do Meio no chamado “horário de pique”. Deixei a cidade em direção a Porto Alegre por volta das 18h. Fiquei estarrecido com os graves problemas da RS-130.
O trevo de acesso/saída é um caso de estrangulamento viário que oferece sérios riscos a pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas e todos que transitam pelas imediações. A ampliação das pistas do trevo foi uma solução paliativa, cuja eficácia se esvaiu com o tempo.
Sei do esforço da prefeitura, vereadores, lideranças comunitárias e empresariais na busca de melhorias, mas é preciso reforçar esta mobilização em nível regional, antes que uma tragédia de grandes proporções aconteça.
O número de acidentes são assustadores e tendem a aumentar em decorrência do aumento vertiginoso da frota automotiva. O movimento para a implantação de um viaduto e para a duplicação da estrada, pelo menos no trecho Arroio do Meio-Lajeado, deve se transformar numa obsessão para a população abrangida.
O exemplo mais recente envolveu a morte de quatro meninas que esperam pelo ônibus escolar e que foram atingidas pelo rodado de um caminhão na BR-386, junto à reserva indígena. Passei pelo local novamente no final de semana. Constatei que foram instalados os chamados “tachões” para dividir as pistas, além de dois controladores de velocidade.
Há 10 meses das eleições, o momento é de comprometimento dos futuros dirigentes
O atropelamento coletivo era uma tragédia anunciada. Quem passa pela rodovia constata o intenso trânsito de crianças, animais e índios pelo acostamento. Uma saída urgente de pista, uma ultrapassagem mal feita ou o simples desvio de algum obstáculo que exija o uso da lateral da estrada desencadeia um grave acidente. Quatro inocentes crianças padeceram num trecho onde os perigos proliferam, mas nada foi feito preventivamente.
O tráfego intenso da RS-130, verificado nas horas de pico de movimento, exigem atenção redobrada. O Vale do Taquari é uma das locomotivas econômicas do nosso combalido Estado. Recentes estatísticas comprovam. Esta situação deve ser usada como argumento para reivindicar, junto ao secretário Pedro Westphalen, dos Transportes, uma solução concreta.
Conheço o secretário. Trata-se de um homem sério, que já exerceu vários mandatos como deputado, oriundo do interior gaúcho e profundo conhecedor das agruras das comunidades de todas as regiões. A solução deve ser conjunta. A iniciativa privada não pode jogar a responsabilidade sobre as costas do Estado que, por sua vez, não deve usar a surrada desculpa do caos financeiro. Lembrem que, assim que um grave acidente acontece, aparece dinheiro para obras emergenciais.
Há 10 meses da eleição municipal, é hora de cobrar comprometimento dos futuros dirigentes em torno de uma luta que é de todos. Somente com a união dos municípios do Vale do Taquari será possível solucionar um problema que poderá ter consequências graves.