Recebi um arquivo em vídeo muito bacana sobre a tal da felicidade. O trecho de uma palestra da psicóloga e antropóloga norte-americana, Susan Andrews, radicada no Brasil, autora do livro “A Ciência de Ser Feliz”. Em resumo, trata sobre a “hedônica” ciência que vai além do prazer, ou seja, do hedonismo, mas discute o que verdadeiramente traz bem-estar às pessoas. Independente de crises morais e éticas que salpicam o noticiário nacional, Andrews acredita que o Brasil será bem melhor se incrementar o uso do indicador de Felicidade Interna Bruta (FIB).
Nunca ouviram falar? Estamos juntos! O FIB é um padrão sistêmico que inclui parâmetros que vão além da questão econômica, para medir os progressos de comunidades e nações. Em entrevista, a psicóloga diz que o método foi desenvolvido no Butão nos anos 1970, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o FIB incluiu áreas como bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo, vitalidade comunitária, educação, cultura, meio ambiente, governança e padrão de vida.
“Apesar do aumento do Produto Interno Bruto, o PIB, em muitos países industrializados, apesar do progresso material de sociedades, parece que não estamos mais felizes. Parece que depressão, ansiedade, doenças relacionadas ao estresse estão aumentando aceleradamente. Tem alguma coisa errada. Por isso estou pesquisando, praticando e treinando pessoas para que, mesmo no mundo atual, alucinantemente acelerado, com muitas demandas, no qual as pessoas estão cada vez mais distraídas, possamos resgatar nosso bem-estar, nossa sensação de significado na vida e nossos laços amorosos, que está provado ser o fator-chave para o nosso bem-estar”, diz Andrews.
Ela acredita que toda pessoa é capaz de “aprender a ser feliz” e o papel do FIB, não seria substituir o PIB e sugere três indicadores, “um para a economia, outro para sustentabilidade e outro para bem-estar”. Andrew cita os resultados das pesquisas do neurocientista norte americano Richard J. Davidson2, que estudou o comportamento do cérebro em momentos felizes e infelizes. “Na frente do cérebro estão os lobos pré-frontais, a parte mais nova de nosso cérebro. Nesses lobos pré-frontais, o lado direito é ativado quando estou infeliz, deprimida. Quando a pessoa tem muita atividade nessa região, tem muitas chances de entrar em depressão no período de seis meses”, revelou.
“Pessoas que têm mais ativação no pré-frontal esquerdo são mais felizes, tem maior sensação de bem-estar, tem mais autoestima. Nós podemos mudar nossos circuitos neurológicos, através do que é chamado de resposta relaxamento ou meditação, uma prática não religiosa, acessível, que estamos ensinando a crianças de três anos nas creches, em todo o Brasil. Uma prática simples de fechar os olhos, respirar profundamente, sentir a paz interior, o amor no coração”.
Ela assegura que assim, o cérebro “recircuita”, transferindo sua atividade neurológica do lado direito para o lado esquerdo. Em outras palavras, o estudo prova que a felicidade é uma habilidade que pode ser aprendida, “como jogar futebol e tocar violão. Quanto mais você pratica, melhor”, incentiva o pesquisador. Não é novidade para ninguém. Mas agora, tem comprovação científica. Eu vou me esforçar para melhorar meus índices felizes. E vocês?