Minha mãe, minha esposa, minha filha.
São as mulheres da minha vida. Referências desde o meu nascimento que balizam o dia a dia. Personalidades diferentes, contraditórias até, mas que emprestam o indispensável tempero para o enfrentamento das agruras do cotidiano.
Lembro delas não apenas no Dia da Mulher porque costumo homenageá-las com frequências em meus espaços na mídia. Destaco facetas importantes, qualidades únicas, conquistas que parecem pequenas, mas fundamentais para forjar uma convivência do meu aprendizado contínuo.
Minha mãe, dona Gerti, aos 81 anos, é uma guerreira. As armadilhas da vida não baixaram seu ânimo. Pelo contrário! Inúmeras perdas afetivas, doenças e possíveis consequências da solidão passam longe do desânimo. Simpática, transita com desenvoltura entre os vizinhos de prédio, conhecida pela cortesia e disponibilidade em ajudar, sempre.
Cármen, minha companheira de quase 30 anos, é dotada de liderança rara, constituindo-se em referência no ambiente em seu trabalho, fruto de dedicação diuturna. Em nossa casa, não é diferente. Toma à frente, projeta e faz acontecer, atropela dificuldades, patrola os obstáculos e acumula conquistas dosadas com amor incondicional a seus descendentes.
Sem elas meu mundo seria triste, cinza, amorfo, insosso e friamente racional
A nova geração feminina da minha vida atende pelo nome de Laura, no auge de seus 22 anos. Recentemente não hesitou em dar uma guinada na vida, mudando conceitos preestabelecidos, deixando para trás pudores que, na verdade, soam como medo para os fracos. Afetiva, gremista – a única da família! – e integrante ativa de várias tribos, desfila em diferentes grupos com desenvoltura.
Minhas mulheres sintetizam o mosaico da minha vida, permeada de amor, segurança, afeto, orgulho. Longe de ser cor-de-rosa, nossas relações são pontilhadas de conflitos diários, resultado de minha inesgotável capacidade de complicar, ser “cricri” – gíria da década de 70/80, que significa um chato incurável.
Conviver com minhas mulheres assemelha-se a uma viagem gastronômica, onde cada tempero tem seu lugar e importância, valorizando a vida em suas pequenas facetas. Às vezes o excesso de um é compensado pelo bom senso da outra, e assim se completam como um quebra-cabeça que exige habilidade.
Na semana de exaltação da mulher, carrego o orgulho de reconhecer que sem elas meu mundo seria triste, cinza, amorfo, insosso e friamente racional. Não sobreviveria sem elas, faróis que iluminam minha vida, motivação permanente, alegria incomparável.