A chegada ao nosso município impressiona pela beleza paisagística, mas assusta pelo enorme gargalo em se transformou o trevo. O assunto já figurou neste espaço, mas volto ao tema por causa das consequências dolorosas motivadas pela precariedade nos horários de pique.
Na semana passada, encontrei um amigo, representante comercial que viaja pelos três estados do Sul. Ele me contou que pensou em conhecer a Casa do Peixe, restaurante que colocou Arroio do Meio no mapa gastronômico do Rio Grande do Sul há décadas.
Este viajante comentou que se deslocava para Passo Fundo e resolveu fazer um desvio para degustar as gostosuras capturadas nos rios da nossa região.
– Eram 11h45min e, ao chegar na altura do Meneghini Veículos, na RS-130, o trânsito já estava parado. Parado por quase 20 minutos, soube do atropelamento no trevo e que não havia previsão de liberação do tráfego. Desisti e segui viagem – contou o amigo, indignado com a situação.
A eleição dos novos dirigentes municipais, em outubro, deveria inspirar uma ampla mobilização, com adesão regional, em busca de melhorias de nossas rodovias. Sugiro que aspirantes a vereador e prefeito firmem um compromisso público, estipulando a implantação de uma elevada na entrada de Arroio do Meio como prioridade de interesse comum.
Calar é ser conivente com as desgraças. Prefeito e vereadores têm procuração para achar soluções
Seria normal o leitor lembrar-se da crônica de dificuldades financeiras do Estado que inviabilizam a realização de uma simples operação tapa-buracos em qualquer rodovia do Rio Grande do Sul. Esta é a reação normal, mas é preciso trabalhar com criatividade para mobilizar lideranças políticas e empresariais para pressionar as autoridades e fazer o dever de casa.
Conheço o secretário (e deputado) Pedro Westphalen. Trata-se de um homem comprometido, sério, que conhece a nossa realidade, mas enfrenta enormes dificuldades para manter os serviços de manutenção. Mas ele, homem do interior, sabe da importância de agir para acabar com as mortes por atropelamento, colisões e com os congestionamentos que tiram a paciência de pedestres, motoristas e motociclistas.
Já passou da hora de agir com seriedade em busca de soluções. Sair do imobilismo é trabalhar em favor da vida para evitar mortes e reduzir o luto de inúmeras famílias dilaceradas pelo trânsito violento. Calar é ser conivente com as desgraças, crime de responsabilidade daqueles que recebem, a cada quatro anos, procuração dos eleitores para minimizar as mazelas da comunidade.