Carne de panela, nhoque, feijão com arroz, galinhada, assados ou pratos absolutamente vegetarianos. Comida caseira é tudo! E hoje em dia, cada vez menos guardamos a memória das mamães de antigamente. Aquelas do tipo forno e fogão, comandantes do lar, fiscais dos filhos e patroas dos maridos. O universo se ampliou para elas. As atribuições cresceram, os riscos aumentaram, administraram carreiras profissionais. Jornalistas, médicas, poetas, comerciantes ou advogadas. Estão no comando de equipamentos estressantes, consomem horas em reuniões, em um trabalho que as deixa à beira de vários ataques de nervos. Mas ainda são elas que administram a casa. Trabalho que inicia ainda de pijamas.
À noite, voltam para casa, ou aguardam o retorno da família. Em ambos os casos, estarão demolidas. Mas filhos não ligam para o cansaço materno, querem atenção! E o passeio do cachorro? Ela, pela milésima vez vai escalar alguém. Se chove, ou faz frio, não importa. Queriam bicho de estimação? Agora cuidem! Sim, cada vez mais os filhos de quatro patas avançam nas famílias de hoje.
As mais corajosas, ainda preparam jantas com aqueles pratos deliciosos que abriram este artigo. Outras encomendaram com muito zelo às empregadas domésticas. Pois o guri é alérgico a leite, ou a guria, simplesmente decidiu que não gosta mais de frango, só quer batatas fritas. E dê-lhe instruções da hora certa das medicações, da aula de balé, ou da escolinha de futebol. E as amizades? Com quem as crianças convivem? Esse mundo tá um horror! Tudo está na agenda delas.
Ser mãe não é um ato solitário, não foi por osmose que as crianças surgiram. Então, o papai não pode ser esquecido – seja ele presente, ausente ou emprestado – em todos os casos é preciso envolvê-lo nas questões do lar, ou no mínimo, dos filhos. Tudo isso, basicamente, antes de iniciar a transmissão daquele jogo, sempre importante e decisivo ou daquela atividade típica de marido fujão que a mamãe sabe muito bem como frear. O tempo das escravas do lar já era!
Depois de colocar as crianças na cama, tenta assistir à novela, ler um livro, ou preparar aquele trabalho da faculdade, porque mãe também tem direito a estudo Superior, Pós-graduação, Mestrado, etc e tal. De volta à intimidade do quarto, a cama macia convida para um sono quentinho. Olha o marido com ternura. Quem sabe um pouco de carinho. Alguns minutos de namoro para relaxar. Mas é justamente ali, naquela hora que, do quarto ao lado se ouve a indefectível frase “mãe, tô sem sono”. E lá vai ela contar histórias, ou escalar o esposo para a missão.
Aquele que retornar à cama, de pé frio, é claro, encontrará uma parceria a dormir pesado. É a vida! Reclamar não adianta, no sábado, terão uma folga, quem sabe uma avó solidária leve as crianças ao sítio, ou a um parque. De qualquer maneira, a rotina será retomada no dia seguinte. Seja no trabalho, nas reuniões de pais e mestres, nas crises de um escritório ou na contabilidade da casa. As mães de nossos dias continuam, cada vez mais, divididas entre o forno, o fogão e a vida externa. Por mais cansadas, sempre são vencidas por um amor incondicional que as mantém firmes como rocha. Por isso, sejamos bons filhos. Não apenas no domingo, mas também neste dia especial. Meu carinho a todas, em especial para uma leitora amiga, dona Gerti.