Minha mulher, Cármen, nascida no tradicional bairro IAPI, em Porto Alegre – onde nasceu a cantora Elis Regina -, passou uma semana de férias em Arroio do Meio, na companhia do nosso cusco, o maltês Fiuk. Neste período de férias ela travou contato com diversas facetas da cidade, até então desconhecidas dos rápidos passeios de final de semana.
Um cachorro exige passeios diários para que além de fazer as necessidades fisiológicas, se exercite. Nessa rotina, Cármen chegou a mesma conclusão que eu: existe escassez de espaços com gramado no centro da cidade, principalmente nas imediações da Praça Flores da Cunha, que compensa essa falta.
O detalhe me levou à reflexão sobre as transformações sofridas pela cidade. Um dos fenômenos que chama a atenção é a quantidade de estabelecimentos comerciais, com ênfase para a rua Doutor João Carlos Machado, principal artéria que concentra a maioria das lojas.
Ao invés de “bom dia”, preferimos dizer “oi”
O volume do trânsito de veículos também chama a atenção dos desavisados que pouco frequentam Arroio do Meio. Principalmente aos sábados pela manhã – com ênfase nos primeiros finais de semana do mês – nota-se congestionamentos constantes que estimulam as caminhadas ao invés do uso do carro
Outra característica flagrada pela minha perspicaz companheira de mais de 30 anos é o hábito dos arroio-meenses em cumprimentar as pessoas, ao contrário dos grandes centros urbanos. Mas ao invés do tradicional “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”, nossa gente prefere dizer “oi”, forma mais informal e próxima de saudar os interlocutores.
Estes detalhes atávicos de nossa cultura são imperceptíveis, absorvidos pela rotina. Outro hábito que temos é de perguntar o nome e a procedência das pessoas que não conhecemos, ou ainda se possuem algum parentesco com um morador da cidade. Desacostumados tomam isso como invasão de privacidade. Prefiro interpretar como uma forma de integrar os que, mesmo não nascidos em Arroio do Meio, estão integrados à nossa comunidade.