Este é o período eleitoral mais silencioso que vi em minha vida. É um contraste incrível se comparado à situação política nacional que berra escândalos, protestos e violência a plenos pulmões. A sociedade brasileira vive seu momento mais beira de abismo e se cair, sei lá o que sobrará. Quando for distribuída essa edição, não sei o que terá ocorrido nas comemorações de Sete de Setembro. Mas nada me surpreenderá. Os discursos, os partidos, os bons, os maus, os pecadores e os puros serão os mesmos e não haverá nenhum espanto se tudo – de uma hora para outra – transformar o bem no mal e vice-versa.
De minha parte, continuarei atento às palavras que emergem desta campanha eleitoral, especialmente nas redes sociais. Pela primeira vez, percebo que o pior surge nas palavras dos eleitores. Ameaças, xingamentos que prometem e esconjuram, mas também não cumprem.
Lembram os piores momentos dos candidatos das campanhas anteriores, comprovando que ainda levará um bom tempo para que cheguemos ao Brasil ideal. Culto e com leis adequadas à realidade. Por enquanto esse momento é um devaneio de sonhadores como eu.
Mas nem tudo está perdido, neste sábado, por exemplo, sairei em busca de votos para os candidatos em que acredito. Não são perfeitos, mas o importante é não omitir-se. Estou de olho às propostas, aos cânticos que entoam o melhor do espírito municipalista.
E não pensem que este é o nosso pior momento político. Sou de uma geração que era obrigada a cantar hinos e calar a boca. Porque ser do contra, não aceitar o regime era coisa de subversivo. Desculpem-me os que sentem saudades da ditadura, mas se aquilo fosse bom, não teria nos deixado uma herança de corrupção e de um sistema falido que nos envolve com sua violência.
Eu poderia sentir inveja dos norte-americanos. Mas lá, eles têm um candidato que pretende construir um muro na fronteira com o México entre outras patacoadas; não bastasse aquele corte de cabelo… Então, o preconceito, primo irmão da intolerância tem o mesmo sobrenome – ignorância – e avança por todas as nações.
Dessas grandes nações, do que instituímos chamar Primeiro Mundo, adaptamos o que for útil – a aplicação mais enérgica das leis contra a violência – por exemplo, torcendo para que, a partir de nossos municípios, inicie a mudança ética que tanto esperamos.
Mas nem tudo deve ser trabalho, reclamação e campanha política. Neste final de semana, quem sabe não deixemos um tempo para um cinema? Estreou aí no Vale do Taquari um filme que, de uma maneira ou outra, realiza o sonho de muito brasileiro que já foi vítima da covardia de ladrões e bandidos.
“O Homem das Trevas”, conta a história de três ladrões que decidem assaltar a casa de um cego e, de repente, percebem que a vítima não é o ser impotente que imaginavam. Um amigo que o assistiu, diz ser uma das poucas chances de um brasileiro ver bandido a levar susto. A direção deste suspense é do uruguaio Fede Alvarez que os youtubers mais fanáticos conhecem do curta “Ataque de Pânico (2009)”. Deem uma espiada. Acho que está valendo.