E ao final, confirmada a vitória, ouvimos o presidente eleito da maior nação do Planeta, com uma conversa amena, cheia de pedidos de união, fim de cismas e um chamamento a todos para a retomada dos empregos, das obras de uma vida melhor para todos. O discurso do não político, assumia um perfil conciliador, que aos políticos tradicionais, deveria servir de alerta.
O empreendedor, o homem de negócios (alguns deles com dívidas pendentes em impostos), assumiu com um discurso avesso ao sistema político tradicional. E olhamos para o mundo, para as nossas cidades e percebemos situação semelhante em tantas cidades.
É algo como aqueles amigos que são contra as instituições pré-estabelecidas. Não acreditam mais no casamento, por exemplo, dizem que o importante é buscar relações onde a frieza do papel, ou a pompa artificial das festas de núpcias, não seria permitida. O amor vence sempre! Quem ama não precisa de papéis.
Todos nós sabemos o final de muitas histórias semelhantes. Ações de partilha, brigas pela tutela de filhos e acusações mútuas, iguais àquelas dos ditos casamentos convencionais. Mudar o segredo da fechadura é o que torna inacessíveis as portas da realização e bem comum, em todas as áreas.
Mas quem tem paciência para encontrar a chave certa deste segredo? Quem estuda, busca entendimento e respeito ao próximo para ter uma mínima chance de confirmar as promessas de comícios, ou juramentos diante de altares religiosos, ou de juízes de paz. Não será o véu e a grinalda, as testemunhas, ou o muro na fronteira do México que evitarão a miscigenação dos problemas existenciais.
Milhares de esposos continuarão casando em troca de festas e emoções baratas, milhares de estadunidenses não deixarão de cruzar a fronteira em busca das praias paradisíacas, das festas movidas a drogas e muita sacanagem e milhares de latinos não deixarão de escalar os mais altos muros para conquistar os dólares que pagam essa farra toda.
Mas para a classe média empobrecida, extorquida por projetos de direita, de esquerda falidos e omissos, esses que gritam tudo o que se atreveriam a verbalizar, tudo o que escapa do já estabelecido e que não dá mais para suportar, passa a ser um bálsamo salvador.
Não condeno nenhum deles por esse raciocínio delirante que beira a mágica, a solução que tem aroma, tem voz, mas dificilmente ganha forma. As dívidas, as hipotecas, afetivas ou de contratos mal feitos, continuarão a cobrar seu preço. E alguém que não será o magnata presidente, pagará!