Na segunda-feira, dia 20, cerca de dez dias após asfaltar o primeiro quilômetro na ERS-482, em Dona Rita, Arroio do Meio, a direção da Construtora Giovanella deu ordem aos seus funcionários para retirada das máquinas do trecho. A decisão ocorreu após um impasse técnico entre a empreiteira e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Ainda naquela tarde os moradores bloquearam a via exigindo uma solução para a continuidade do asfaltamento.
Imediatamente o prefeito Klaus Werner Schnack e os vereadores Darci Hergessel (PDT) e José Elton Lorscheiter (PP), o Pantera, foram na 11ª Superintendência Daer, em Lajeado, para resolver as divergências entre as partes envolvidas na obra. A fiscalização da estatal alegou que a empreiteira deveria solucionar 23 pontos de deflexão (deformidades) com presença de umidade, antes de dar continuidade no asfaltamento, e não houve avanços na conciliação.
Em nova reunião realizada na manhã de terça-feira, dia 21, na sede da empreiteira, o empresário Nilson Giovanella alegou que a morosidade do corpo técnico do Daer, especialmente as divergências com a empresa contratada para fiscalizar a execução, a Serviços Técnicos em Engenharia (STE), por não estar presente na obra, dificultam a continuidade dos serviços. “Estamos pagando para trabalhar. A STE acaba tendo um lucro líquido maior do que o da minha empresa, que precisa depositar o pagamento do CBUQ, que representa metade do custo da obra, em sete dias, para receber depois de meses. E é óbvio que haverá pontos de umidade depois de chuvas. Não tenho como arrancar a base feita há dois anos para começar uma do zero. Mas garanto que após a colocação da manta asfáltica esses locais com infiltração vão secar. Eu tenho responsabilidade civil sobre a obra, preciso dar garantia de cinco anos por lei. Essas interrupções inviabilizam o rendimento da minha empresa. Geralmente essas obras são rápidas de executar. Nunca tive problemas com asfaltos defeituosos”, esclarece o empresário.
O engenheiro Fiscal do Daer, Ângelo Prediger e o superintendente Nelson Haeser, explicaram ao empreiteiro que os conselhos internos do órgão e o Tribunal de Contas do Estado, exigem esse trâmite fiscal justamente para a liberação do pagamento, e solicitaram que a parte da equipe da empresa fique atenta aos ajustes durante a obra.
Para que a obra não fosse paralisada mais uma vez, o prefeito Schnack interviu: “são 20 anos de ladainha que ferem a autoestima dos nossos munícipes. Estamos jogando contra o patrimônio de todo mundo e todos queremos resultados”.
Após a discussão, ficou acordado que empreiteira vai fazer intervenções na base e sub-base, em três dos 23 pontos mais críticos. Já nos demais locais, ficou subentendido que sofrem variação de acordo com a ação das chuvas e a intervenção é mais superficial e imediata, mesmo assim são impossibilitados de receber asfalto sem a liberação técnica. Paralelamente serão retiradas amostras do asfalto recém-pavimentado para análise laboratorial. O procedimento é de praxe.
O retorno do equipamento utilizado para asfaltamento está previsto para 6 de março, ou assim que a Construtora Giovanella conseguir remanejar as máquinas, tendo em vista que foram relocadas para outras frentes de obras.
A via só foi liberada pelos moradores na terça-feira, às 14h, depois de acordo entre Daer e empreiteira. Caso não haja avanços na retomada das obras, novos bloqueios estão previstos na ERS-130, nas imediações da curva da ventania, e em Arroio Grande.