Arroio do Meio – A economia e a consciência ambiental foram determinantes para que o empresário Ladimir Arthur Mann, do Restaurante da Dalva, em Bela Vista, decidisse por adotar o reaproveitamento da água da chuva há quatro anos. Os mesmos critérios foram usados há cerca de um mês quando o restaurante passou a usar uma fonte alternativa de energia elétrica.
A economia na conta de luz Ladimir não sabe precisar, já que a fatura ainda não chegou. Mas acredita que o sistema de painéis fotovoltaicos seja responsável pela produção de toda a energia consumida no empreendimento. Com isso, a tarifa de energia deve se resumir a taxa cobrada pela concessionária. O valor que antes era destinado para a conta de luz vai pagar o financiamento feito para instalar o sistema. Em quatro anos o investimento será quitado.
Além de contribuir com a preservação da natureza, as duas medidas resultam em economia que pode ser repassada ao cliente. O reaproveitamento da água da chuva, que é armazenada num reservatório de 10 mil litros e é usada nos banheiros e para limpeza do chão, representa uma redução de 60% na conta mensal de água. “Se eu reduzo meus custos posso manter o almoço num valor acessível. O custo benefício é muito grande e além da economia se ajuda o meio ambiente. Estamos aqui de passagem. São os filhos e netos que vão ficar e um dia eles vão agradecer por estas ações. Mais importante que a economia é a herança ecológica que se deixa. Imagina se todos fizessem algo assim o quanto deixaríamos de agredir a natureza”, ressalta.
A sustentabilidade como um diferencial
A preocupação com o meio ambiente também foi um dos pontos levados em consideração na construção e instalação da nova loja do Supermercado Fröhlich, em Rui Barbosa. A sócia-proprietária Juliane Fröhlich Campos explica que a preservação de recursos naturais foi planejada desde a concepção do projeto da obra. “Queríamos mudar o conceito de loja de bairro, oferecendo um espaço amplo, moderno, com preços justos. Hoje se fala muito em sustentabilidade e acreditamos que, ao investirmos nisso, também estamos oferecendo um diferencial para o nosso cliente, que vai comprar num local com instalações ambientalmente corretas, que se preocupa com o futuro e que está fazendo a sua parte”, afirma.
As novas instalações do mercado foram inauguradas em dezembro. No espaço com pouco mais de 500 metros quadrados, estão instalados equipamentos com motores ecoefientes, incluindo os quatro aparelhos de ar condicionado que utilizam tecnologia a qual faz com que o fluido refrigerante não agrida a camada de ozônio. Somam-se a isso as mais de 60 lâmpadas fluorescentes compactas – que gastam menos energia -, dois reservatórios de dois mil litros para a captação da água da chuva – usada nos banheiros e para lavar calçadas – e 86 painéis fotovoltaicos para a geração de energia elétrica.
Juliane diz que a iniciativa também visa mostrar que é possível preservar o meio ambiente fazendo economia. Embora a conta de energia elétrica, depois da instalação da fonte de energia alternativa, ainda não tenha chegado, a economia esperada é considerável. Estima-se que a economia na conta de energia, quando somada ao valor do aluguel do prédio anterior, seja suficiente para pagar a parcela de um financiamento utilizado para complementar a instalação da nova loja. “É um investimento positivo, pois se paga num curto espaço de tempo, reduzindo nosso custo de operação. A conta de luz pesa bastante no nosso segmento”, salienta.
Mercado em expansão
Os empresários Guederson Maciel e Isaque Kraemer, da Energia Própria dizem que o sistema de painéis solares fotovoltaicos é uma oportunidade de economia também para empreendimentos comerciais e industriais. Inclusive, pessoas jurídicas podem financiá-lo por meio de uma linha de crédito. Em alguns casos o valor da parcela do financiamento pode ser menor do que o da conta de energia elétrica, se tornando um investimento compensador.
Guederson explica que o sistema trabalha em paralelo com o de energia elétrica comum, sendo que toda energia gerada através dos painéis solares fotovoltaicos pode ser utilizada. Por meio de um mecanismo de compensação de créditos, a energia produzida a mais durante o dia pode ser utilizada à noite – quando não há produção – ou ainda, o consumo pode ser feito em outro endereço. Assim, é possível que uma residência ou empresa produza toda a energia que utiliza através dos painéis fotovoltaicos.
“É uma tecnologia que produz energia limpa, renovável. Os painéis têm garantia de 25 anos e uma vida útil superior aos 30 anos. A estrutura não corrói e não estraga, não sendo necessária uma nova instalação elétrica”, afirma Maciel.
Em quatro anos a empresa já executou mais de 200 projetos entre residenciais, industriais ou comerciais, sendo que muitos foram na região metropolitana. A Energia Própria, com sede no bairro Bela Vista, é pioneira no segmento no Rio Grande do Sul e atende todo o território gaúcho.
Selo e Sustentabilidade – Com o objetivo de dar maior visibilidade à questão ambiental, a empresa criou um selo que identifica a residência ou estabelecimento que possui a energia fotovoltaica e ainda informa a quantidade de dióxido de carbono que está deixando de emitir. Já o Programa Sustentabilidade prevê o desconto de 1% no valor do gerador fotovoltaico e a doação de uma muda de árvore nativa ou frutífera a cada projeto adquirido.