Sou a favor da cobrança de pedágio. Quando a fiscalização dos órgãos públicos é eficiente, trata-se de conservação adequada, socorro rápido e eficiente em casos de acidente e obras de manutenção que mantêm a qualidade do pavimento. No “mundo ideal”, o pagamento de mais esta taxa seria um absurdo. Afinal, já recolhemos tributos e impostos em excesso, mas sem a devida contrapartida.
Apesar da elevada carga tributária, há décadas a situação da maioria das rodovias gaúchas é um tentado à segurança. Pavimentação irregular, proliferação de buracos, placas depredadas, ausência de pintura na pista e acostamentos desnivelados constituem a paisagem em quase todos os quadrantes do Estado.
O caso da BR-386 é emblemático. Alguns trechos carecem de reparos desde a extinção da praça de Fazenda Vila Nova, cujas edificações e cancelas foram retiradas. Agora, o governo federal acena com um novo programa de pedagiamento, nocivo aos interesses do Vale do Taquari.
Momento é de mobilização, unidade de pensamento e de atitude proativa
A instalação de praças em Montenegro e a reativação em Fazenda Vila Nova é um acinte. Em poucos quilômetros serão dois pagamentos. Independentemente dos valores é inadmissível que os motoristas arquem com este custo injusto que, segundo versões não oficiais, teria a finalidade de bancar melhorias na BR-448, a Rodovia do Parque. A estrada será privatizada sim, mas sem cobrança de pedágio.
Pelo anúncio da Agência Nacional de Transportes Terrestres estão previstas apenas duas audiências públicas para discutir o assunto. Uma que deve ter sido realizada quarta-feira e outra dia 23 em Brasília. Estranhamente não há previsão de um encontro regional, sediado em qualquer um dos municípios do Vale do Taquari para auscultar o sentimento da comunidade.
Somente uma ampla mobilização regional é capaz de sensibilizar as autoridades diante das mazelas deste novo plano de pedágios. Não é uma revolta juvenil, mas a defesa de uma região que produz riquezas em vários segmentos e que não pode, em hipótese alguma, ser injustamente penalizada.
A união de prefeituras, entidades de classe, universidade, clubes de serviço e Câmaras Municipais se impõe. Sob pena do Vale do Taquari ser novamente sacrificado, como já aconteceu em outros episódios. É hora de rechaçar prejuízos. Mas não basta fazer críticas inconsequentes. O momento é de mobilização, unidade de pensamento e atitude proativa de cobrança em defesa dos nossos interesses.