A hospedagem despencou na maioria dos hotéis da microrregião em 2016. Empreendedores do setor acreditam numa reação após o Carnaval, quando o consumo e a rotina das cidades se restabelecerem.
As diárias giram entre R$ 45 e R$ 160, variam de acordo com o conforto das acomodações, segurança e café da manhã incluso. A maioria dos hóspedes é formada por representantes comerciais e empresários. Os dias com mais movimento são entre terça-feira e quinta-feira. Já nos fins de semana, os estabelecimentos são mais frequentados por casais e famílias, que vão a festas ou visitar familiares.
Recentemente as empreiteiras e equipes prestadoras de serviços especializados, que eram clientes dos hotéis, acabaram optando por alugar imóveis para baratear custos de estadia. Para atrair este perfil de trabalhador individual o setor de hotelaria está oferecendo pacotes para mensalistas.
Segundo Euclides Schneider, proprietário do Hotel Moinho da Luz, de Arroio do Meio, o movimento de clientes diminuiu 70% após a saída de Dilma Rousseff e a entrada de Michel Temer no governo federal. “As vendas diminuíram e sem gordura não há liquidação”, explica, complementando que menos negócios, geram menos deslocamentos das partes.
A concorrente Nelda Schroeder Brem, do Hotel Central, avalia que a diminuição do movimento pela metade no período de férias é normal, e que as hospedagens vão reagir em março. O maior concorrente do setor no município são os estabelecimentos de Lajeado, que são em maior quantidade e estão mais bem localizados logisticamente.
Em Marques de Souza, a hoteleira Marelisa Schneider, já detectou uma reação no movimento em 2016, mas ressalva que as características do fluxo nos estabelecimentos na beira de rodovias são diferentes do que nas cidades. “Há muitos representantes comerciais. Mas também há pessoas que quebram o carro ou estão cansadas para seguir viagem”, explica. No geral, atribuiu o bom atendimento como a melhor forma de fidelizar clientes a longo prazo e que 2017 promete superar as expectativas pois a incerteza na economia fez muita gente não concretizar negócios.
A recepcionista Leni Paussi, do Hotel do Gringo, de Pouso Novo, também já detectou uma reação do setor no início de 2017. Os principais clientes são representantes comerciais, empresários e caminhoneiros. Mas nos fins de semana há movimentação de grupos turísticos e casais que querem passar o dia no alto da serra. O estabelecimento conta com vista panorâmica.
Motéis – Em encontro recente da associação de hospedagem e alimentação, os proprietários de motéis se queixaram de que crise no segmento é ainda mais acentuada. O fator estaria relacionado à mudança de cultura de convívio familiar e comportamento dos jovens casais, que estão tendo mais abertura para namorar em casa. Uma das saídas encontradas é passar a oferecer serviços de hotel, que também acarreta em menor tributação.