Motivada pelo tema da Campanha da Fraternidade 2017 “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, a Paróquia Católica de Arroio do Meio organizou um encontro na tarde de terça-feira, no Salão de Festas do Paroquial com representantes do Poder Público, entidades, organizações e diversos segmentos da sociedade.
A roda de conversa, coordenada pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o padre Alfonso Antoni, teve por objetivo trocar ideias acerca das práticas ambientais que já vêm sendo desenvolvidas no município e outras que ainda podem ser implementadas.
Cada representante teve a oportunidade de socializar como sua entidade/organização contribui para com a preservação do meio ambiente. Ao final, pode-se perceber que há uma grande preocupação para com o tema e que vários projetos já são desenvolvidos no município.
Um exemplo são as escolas. A participação das três redes de ensino – municipal, estadual e privada – confirmou que há iniciativas neste sentido sendo desenvolvidas em praticamente todas as escolas e que as equipes diretivas e de professores sabem que conscientizar uma criança e incentivar práticas ambientais é mais fácil do que conscientizar um adulto. A criança se envolve, leva o aprendizado para casa e para a vida.
Em âmbito municipal, segundo a supervisora escolar da Secretaria Municipal de Educação, Ionara Sbardelotto, os educandários municipais possuem projetos próprios voltados ao meio ambiente, a exemplo da Escola Bela Vista, que instalou caixas d’água para a coleta de água da chuva e a utiliza nos banheiros, limpeza e irrigação da horta.
No colégio Bom Jesus São Miguel em todas as séries há momentos específicos nos quais o tema meio ambiente é trabalhado, além de desenvolver projetos específicos na escola. No Guararapes, a questão também é trabalhada de forma multidisciplinar e com projetos internos, como a coleta de papeis, plástico e óleo.
A coordenadora do Departamento do Meio Ambiente, Rose Grassi, relatou algumas ações que vem sendo realizadas pelo município, como a campanha Jogue Limpo com Arroio do Meio. A coordenadora aproveitou para anunciar que será feita uma ação dentro do projeto Nossa Cidade Meu Lar no dia 8 de abril no bairro São José denominado Jogue Limpo com a Sua Rua. A ideia é de que as pessoas tenham uma oportunidade descentralizada para dar o destino correto a materiais que não tem mais utilidade.
Agrotóxicos e uso da água
A preocupação para com o uso dos agrotóxicos e o uso da água também foi pautada. Os presentes entendem que o uso de agrotóxicos prejudica o meio ambiente como um todo, desde o solo e a água, bem como o consumidor e a pessoa que o aplica. Paulo Grassi, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Arroio do Meio salienta que o agricultor está preocupado e não quer envenenar a si e nem ao meio ambiente. Contudo, disse que é preciso entender que este modelo de agricultura foi introduzido num pacote pronto, há alguns anos, visando suprir a redução da mão de obra. Para Grassi, quando se busca aumentar a produção a um custo baixo é preciso passar por cima de algum princípio, como é o caso do uso dos agrotóxicos.
No tocante ao uso e preservação da água, os participantes expuseram situações que preocupam, como a falta de preservação das margens e a poluição de rios e arroios, bem como ações que visam preservar os recursos hídricos. Um exemplo é a ação Viva o Taquari Vivo, que ocorreu no sábado e retirou lixo do rio Taquari.
Outra questão levantada é de que deveria haver remuneração para quem preserva os mananciais, assim como já acontece em alguns países. Para André Müller, da Emater, é preciso preservar as fontes e lembrar que se não houver a preservação do todo, muitas coisas simplesmente deixarão de acontecer na natureza. Salientou ainda que a preservação não deve ficar só a cargo do agricultor, já que todos fazemos parte do meio ambiente.
Coleta do lixo
Outro assunto levantado no encontro diz respeito à coleta seletiva do lixo que ainda não ocorre em Arroio do Meio. Participantes se mostraram preocupados com a forma como o lixo é recolhido atualmente e sugerem que a coleta seja feita de forma separada, o que favoreceria a reciclagem de materiais.
Resultados
Um relatório com os assuntos tratados no encontro será enviado para cada segmento representado e também para o Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Codemam). A ideia é de que os conselheiros saibam o que os diversos segmentos da sociedade vem fazendo, bem como possam aprofundar determinados temas.
Na avaliação final, o padre Alfonso agradeceu a participação dos representantes das várias organizações e observou que a preservação do meio ambiente também é uma preocupação das igrejas, destacando a presença do pastor Valmir Simon da Paróquia Evangélica de Arroio do Meio. “Queremos somar esforços. As igrejas querem ser parceiras nesta questão”, frisou.
CF 2017
Com o tema Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida e o lema Cultivar e Guardar a Criação, está em andamento desde o dia 1º de março, a Campanha da Fraternidade 2017, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O texto-base da Campanha da Fraternidade 2017 aborda os seis biomas brasileiros – amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, pantanal e pampa – suas características e significados, desafios e as principais iniciativas já existentes na defesa da biodiversidade e da cultura dos povos originários.