Março, enfim! Será que 2017 vai tomar seu rumo? Queremos que o ano pós carnaval, realmente dê seus primeiros passos com notícias boas. Faça uma retrospectiva destes dois meses iniciais. A coisa não mudou muito não é? Mas cada um de nós pode batizar a renovação nas águas de março, que fecham o verão (obrigado, Tom Jobim).
Por exemplo, abrir a caixa preta para cuidar de coisas pessoais, íntimas e muitas vezes mal resolvidas, previne as rotineiras crises domésticas. Dê atenção a si, olhe pelo menos uma vez por mês para o próprio umbigo, sem arrogância ou egoísmo. Se não conseguir, está na hora de uma boa dieta ou de um psicanalista. O cara bonzinho que às vezes vendemos para os outros, deve ser igual em casa, respeitar os familiares que às vezes ignora, ou mantém sob terror psicológico.
Em 2017 aproveite até as previsões astrológicas. É claro, nada de zarpar em fuga, rumo ao desconhecido estelar. De pés no chão, mas com o espírito renovado pela fé, podemos evitar os cartões de crédito e seus juros extraterrestres. Olha a crise! Ter pés no chão nos livrará de cometer o desatino de um final de semana romântico na Serra e depois quase morrer de angústia porque faltou grana. Planejar é tudo!
Deixemos de lado os amigos oportunistas que nos condenam, às vezes, a projetos medíocres baseados em suas próprias vidas sem brilho. A partir deste março, recusemos – com elegância – os presentes que não combinam conosco, ou fantasias que não conseguimos vestir. Carnaval é uma coisa e a vida real é outra. Pode ter instantes mágicos, se acreditarmos que além de energia astral e um bom samba-enredo, existe a nossa própria história a ser cantada no cotidiano.
E por favor, neste terceiro mês de 2017, foco na estima e nos amores. Quem está bem em uma relação, esqueça o quintal do vizinho. Aprendamos a fugir dos sonhos falidos de romances passados. Porque deveriam dar certo conosco?
Os que me olham a distância podem jurar que minhas ideias vêm de outros mundos, me enxergam como um marciano verdinho, que escolheu março para descer na Terra, cansado dos rios secos e montanhas solitárias do quarto planeta do sistema Solar que aliás, não é verde, mas vermelho.
Mas aqueles mais próximos, como os leitores que dividem a intimidade semanal destes textos, perceberão que insisto basicamente em um autoconhecimento que nos possibilite o fim de micos históricos que nos condenam à fama de chato e irascível.
Eu sou um sujeito disposto a transformar bazófias em energias do bem, que irradiam calor e afeto, em troca dos mesmos sentimentos, a partir do trabalho que realizo em meus interiores, na maioria das vezes sempre bem iluminados. Se às vezes eu for egoísta, por favor, me alerte, porque sem isso, podemos viver a mentira de um tribunal sem juiz, sem júri.
A partir deste março, tudo vai recomeçar. Combinado? O veraneio passou, tivemos dias de mar caribenho – azul, transparente – desde Torres até Quintão! Isso é grande sinal de que a mudança está aí. Então, feliz ano novo!