O sonho de ser médico despertou ainda quando criança e foi aumentando à medida que os anos passavam. Incentivado pela família e influenciado pela mãe que é enfermeira em um hospital de Lajeado, Jediael Brum, morador de Travesseiro, deu um importante passo para a realização do sonho ao completar a maioridade.
A oportunidade chegou através de um projeto idealizado pela Igreja Assembleia de Deus, que mantém uma república para estudantes brasileiros em Assunção, com o principal objetivo de formar médicos evangélicos. “Moramos todos juntos em uma república. Aqui realizamos reuniões, oramos e nos ajudamos. É muito legal, ficamos todos unidos”, conta.
Há três meses na capital do Paraguai, Jediael vive uma realidade totalmente diferente da vivida no Brasil, nos mais variados aspectos. A língua, a cultura e a culinária são os principais desafios para o jovem que sonha em ser cardiologista. A saudade de casa, amigos e familiares é grande, mas o sonho em ser médico é maior ainda. Por isso Jediael mantém-se focado nos estudos e tenta seguir em frente. A próxima visita ao Brasil deve ocorrer somente em dezembro quando retorna para as festividades de fim de ano.
A distância é amenizada com o uso das tecnologias, através de chamadas de vídeo, e também com as novas amizades que fez na faculdade e na república onde está hospedado. Ao total são 22 brasileiros vivendo juntos, provenientes das mais diversas regiões do país. “Vejo e falo com minha família todas as noites por vídeo-chamadas. Nessas horas a tecnologia é muito importante. Há outros gaúchos aqui também e isso ameniza um pouco a distância”, desabafa.
Apreciador de um bom X-Burger, Jediael lamenta-se por não encontrar o prato em Assunção. A gastronomia, segundo ele, não é muito diferente do Brasil. Todavia os temperos são perceptíveis ao paladar, em razão de serem usados sem parcimônia. “A comida aqui é muito cara. É exorbitante o que se paga por um pacote de café. Cerca de 25 mil Guaranis o que equivale a R$ 18,”, explica.
Com um ritmo de estudo intenso, frequentemente se estende a três turnos, poucas foram as oportunidades de sair para se divertir, por isso, conhece pouco da grande Assunção. As poucas oportunidades ocorreram em fins de semana em que não precisava estudar para as provas, aproveitando o tempo livre para jogar futebol, visitar o shopping e ir aos parques verdes, que por sinal são muito bonitos. “Tem um jardim botânico aqui com um zoológico. É muito bonito. Mas o tempo para se divertir é quase que inexistente”, revela.
Jediael afirma que o preço da mensalidade do curso de Medicina é atraente em Assunção, por isso a procura por brasileiros é grande. “90% dos alunos do curso são brasileiros. Enquanto que no Brasil a mensalidade não sai por menos de R$ 6 mil, aqui pagamos em torno de R$ 900. É uma boa diferença”.