Semana passada recebi uma simpática mensagem de assídua leitora residente em Arroio do Meio. Depois dos elogios ela fez uma observação. Escreveu que este cronista aparenta certa desmotivação. Um misto de saudosismo, quase depressão.
Quem me conhece pessoalmente sabe que sou agitado, estressado, ansioso, nervoso e falante. Também faço piada de quase tudo, muitas vezes exagerando na dose, admito. Mas é difícil conter o temperamento.
Concordo com a leitora quanto ao baixo astral de alguns textos recentes. Expliquei, na resposta, que escrever sobre os tempos idos da minha infância/adolescência tem ótima repercussão entre os seguidores deste espaço. Mas sei, também, que muitas vezes resvalo para a melancolia por motivos que não cabe comentar.
Receber uma mensagem dos leitores é tão bom quanto ganhar um prêmio de jornalismo acreditem. Manter uma coluna semanal é um enorme desafio– como já escrevi– porque é muito difícil auscultar o que pensam os leitores.
Raramente nós, cronistas, sabemos o que os leitores pensam sobre nossos escritos
Nos passeios depois do almoço em minhas visitas (cada vez mais raras) a Arroio do Meio recebo manifestações sobre os conteúdos desta coluna. Isso me dá grande satisfação. Não apenas por se tratar – na maioria dos casos – de elogios, mas por constatar que há muitas pessoas que leem meus escritos E mais: as pessoas têm opinião e mais ainda e manifestam o que sentem a respeito. Isso é ainda mais prazeroso quando feito através do contato pessoal, cara a cara.
Escolher o tema é apenas a primeira etapa de um processo que por vezes – é feio mentir, por isso vou confessar! – é doloroso. “Jornalista é um escritor que depende de inspiração”, diz um adágio da comunicação. Precisa ter assunto, opinião e posição todos os dia, o tempo todo. E com a advento das redes nem sempre sociais, este desafio se agravou.
Em todos os espaços que ocupo em jornais posto meu e-mail para receber críticas, sugestões, elogios e manifestações. Escrevo semanalmente para veículos de Arroio do Meio, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Farroupilha e Erechim, além de eventuais contribuições em outros canais. Ao contrário do que os amigos podem imaginar é um exercício de contato com o público. Não recebo um centavo pelas colunas.
Agradeço à leitora que teve o carinho de comentar sobre os meus escritos. Não pedi autorização para citar seu nome, por isso não o faço. Quase sempre a opinião dos leitores fica restrita ao círculo familiar ou de amigos, sem que nós – cronistas – tenhamos ciência do que pensam aqueles que nos fazem pensar, escrever, refletir e viver da comunicação. Obrigado!