A valorização da cultura é fundamental para manter viva a nossa história. Iniciativas que preservem as raízes são importante instrumento para compreender nossa origem e celebrar feitos e personalidades. Por isso, merece reconhecimento a exposição temática Pelos Campos ou na Tela – Uma Breve História do Futebol de Arroio do Meio, que se estende até o final do ano na Casa do Museu.
Para nós, nascidos na colônia, o futebol desempenha importante papel social. Desde o nascimento habitamos potreiros, pequenos campos e quadras poliesportivas onde se fomenta a amizade, a parceria, a confraternização e a “cumplicidade do bem”. Lembro de inúmeras jornadas aos domingos, levados por meus pais – Gilberto e Gerti Jasper – e por meus avós maternos – Bruno e Wilma Kirst.
Meu pai presidiu o União, do hoje bairro Bela Vista, onde fui mascote. Era uma emoção incrível o simples gesto de entrar em campo com o time azul e branco. Depois do almoço nos dirigíamos ao campo que existe até hoje. Minha mãe fazia pastéis, inclusive em dias de chuva, ao lado da copa que vendia refri e cerveja gelada.
O futebol e a história de Arroio do Meio estão forjados de maneira indelével
Mais tarde, joguei no “segundo quadro” do Sete de Setembro, de São Caetano, com inúmeros amigos que se perpetuaram. Nos jogos disputados no interior do município viajávamos na carroceria de um caminhão, onde muitas vezes vestíamos o fardamento para disputar as partidas preliminares.
Na adolescência também disputei inúmeros “campeonatos da praça” Flores da Cunha. Recordações deste tempo partilhei com o amigo Pingo Marder na festa de 60 anos do amigão Elio Meneghini. Nos campos ou quadras, famílias se encontravam, amizades foram forjadas e amores foram atraídos para o resto da vida. Ao lado do jogo de bolão, o futebol pulsa forte nas comunidades de Arroio do Meio e do Vale do Taquari.
Ainda não tive oportunidade de visitar a mostra da Casa do Museu, mas logo estarei lá para recorda uma época consolidada na minha memória e coração. Até hoje qualquer pelada de vila ou no interior chama minha atenção. Quase sempre paro para curtir o clima de camaradagem ou de disputa ferrenha.
O futebol e a história de Arroio do Meio estão forjados de maneira indelével. Apesar da proliferação de novas formas de lazer, o outrora “esporte bretão” continua democrático, congregando gente de todas as raças, níveis sociais e crenças em torno da bola.
Parabéns aos promotores. E a todos que contribuíram para escrever este belo capítulo da história arroio-meense!