No início da semana, moradores de Picada Café, Arroio do Meio, denunciaram um caso de mortandade de peixes notada no córrego São Luís, um dos afluentes do arroio Grande. O caso foi percebido há cerca de uma semana, por conta do mau cheiro que a água exalava. Foram encontrados jundiás e lambaris em avançado estado de decomposição, entre outros vivos, mas que demonstravam alterações, como falta de velocidade. No entanto, a água estava com tonalidade comum.
De acordo com levantamento da Patrulha Ambiental da Brigada Militar e do Departamento do Meio Ambiente de Arroio do Meio, há fortes indícios de que as causas são o manejo inadequado de dejetos de uma Unidade Produtora de Leitões (UPL), instalada na divisa do município vizinho Capitão, situada um pouco acima de uma bifurcação com duas vertentes, que se unem e seguem em direção ao arroio. A contaminação se deu por gravidade saindo de uma esterqueira até o recurso hídrico. Segundo relato do proprietário do empreendimento suspeito, apenas uma esterqueira estava operando, o que pode ter provocado um eventual transbordo.
Outras áreas também foram vistoriadas. Tudo indica que o fato tenha ocorrido há cerca de oito ou mais dias. O sargento Dari Júlio Scherer explica que a prática infelizmente é um modus operandi recorrente em todo o Vale do Taquari, especialmente quando o tempo ameaça chuva, e neste caso, os danos foram agravados pela estiagem.
Para amenizar, ou coibir os impactos ambientas, Scherer ressalva que os integrados precisam do apoio das integradoras e dos órgãos públicos que liberam os licenciamentos. “É preciso mudar o entendimento dos responsáveis da autoria e dividir a coautoria com as integradoras, que possuem técnicos para suporte e o poder público o dever da fiscalização dos licenciamentos. A luz alerta está acessa no Vale do Taquari, a prática está saturada. São necessárias medidas públicas com maior interesse no manejo adequado”, apura.
O sargento lamenta que a denúncia não tenha sido feita anteriormente. O relatório ambiental com georreferenciamento detalhado será remetido à Polícia Civil, que abrirá inquérito, que será enviado ao Ministério Público.