Na última segunda-feira transcorreu o Dia Internacional da Pessoa Idosa. É um tema que incomoda muitas pessoas porque no Brasil, o velho – como é chamado de maneira pejorativa – é sinônimo de doença, estorvo, despesas e pouco-caso.
Entre 2001 e 2015 houve um aumento de 59% na população acima de 60 anos no Rio Grande do Sul. Este contingente corresponde a 16% da população gaúcha, o maior percentual entre todos os estados. Os dados constam de pesquisa Diagnóstico da População Idosa no Rio Grande do Sul, apresentada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos do Estado no início da semana.
O IBGE estima que até 2030 o Estado tenha cerca de 1 milhão de idosos a mais do que na atualidade. Isso significa que a população acima de 60 anos pode chegar a 24% do total em poucos mais de uma década. O diagnóstico do Governo do Estado revela, ainda, que o adoecimento de idosos ganha importância. Há um aumento na distribuição de medicamentos a pessoas dessa faixa etária, além de indicar que 23,8% apresenta pelo menos um tipo de deficiência auditiva, motora, visual ou intelectual.
É preciso ensinar o jovem a valorizar os idosos e vê-los como exemplo
O levantamento mostrou também que os óbitos entre pessoas de idade avançada aumentaram 37% nos últimos 15 anos, passando de 43.079 falecimentos em 2001 para 58.838 em 2015. E atenção: é maior, também, o número de casos de suicídio, que se tornaram 31% mais frequentes neste período.
O diagnóstico constitui documento de grande valor. Mostra, por exemplo, que boa parte dos idosos gaúchos segue na ativa. Cerca da metade das pessoas de 60 a 64 anos continua trabalhando, percentual que fica perto dos 40% entre 66 e 69 anos, e cai para 25% na faixa de 70 a 74 anos.
O estudo comprova a importância de implementar políticas de longo prazo voltadas ao idoso. Além da atenção à saúde física é preciso valorizar o afeto, carinho e atenção. No Brasil, pessoas com mais de 60 anos são relegadas ao esquecimento. Ou usados por filhos para contrair empréstimos consignados que se transformam em dívidas impagáveis.
Em países desenvolvidos o idoso é valorizado e cultuado, visto como sábio que, através da experiência, é farol de seus herdeiros e amigos. Estamos muito longe desta realidade, mas é preciso estimular crianças e jovens a ver os avós, tios e outros idosos como seres humanos que precisam de amor, saúde e valorização.