A oportunidade única de interagir com uma faculdade antes mesmo de ingressar nela fez com que a arroio-meense Camila Baseggio Gräff, tomasse gosto pela área da pesquisa. Desde 2016 ela participa do programa Cientistas do Futuro, realizado pela Universidade do Vale do Taquari (Univates).
Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (Pibic-EM), Camila conta que o interesse pela pesquisa surgiu em 2016, quando ingressou no 1º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual Guararapes. Na escola há premiação para alunos que se destacam durante o semestre nas quatro áreas de conhecimento (ciências humanas, exatas, linguagens e matemática), intitulada de Aluno Destaque.
“A cada trimestre um aluno é homenageado por obter notas satisfatórias ao longo dos três meses. Assim, em 2016 quando ingressei no 1º Ano do Ensino Médio, recebi no primeiro trimestre a menção honrosa de ser Aluna Destaque. Para presentear os ganhadores, a escola nos ofereceu a oportunidade que a Univates havia divulgado: uma bolsa de estudos com carga horária de oito horas semanais”. Com o incentivo dos pais Airton e Renete Baseggio Gräff, irmão Alex, namorado Deivid Graf e familiares, se tornou bolsista da instituição. Segundo Camila, muitas conquistas tornaram a prática da pesquisa algo chamativo, destacando a interação com professores do ensino superior ou básico; a participação de eventos regionais, estaduais e nacionais; o desenvolver de artigos científicos; e a divulgação desses resultados para um público-alvo.
Atualmente, a moradora do bairro Bela Vista está inserida no projeto “Produção de materiais curriculares educativos: uma possibilidade para desenvolver o pensamento algébrico e geométrico nos Anos Iniciais”. Antes disso, a jovem já havia participado de outras duas ênfases com o mesmo propósito. “No ano de 2017, a Univates e escolas parceiras de um município vizinho realizaram formações continuadas onde aplicamos atividades sob a luz da tendência da Investigação Matemática e que tratavam de tarefas que envolviam os conteúdos de Álgebra e Geometria. Assim, ao perceber que alguns professores se interessaram pelo assunto, a Univates proporcionou a eles a participação de um grupo de pesquisa que discute o ensino, práticas e as possibilidades de aprendizagem de forma diferenciada. Em 2018 as atividades foram adaptadas para os Anos Iniciais e aplicadas nas turmas das docentes que se juntaram ao nosso projeto. Como futuras projeções, o grupo de pesquisa pretende analisar as conjecturas e pensamentos dos discentes nas práticas desenvolvidas, além de estudar possibilidades para avaliação dessas atividades nos Anos Iniciais da Escola Básica”.
“Projeto me auxiliou a aprimorar minhas argumentações”
Em relação à participação no programa Cientistas do Futuro, a jovem de 17 anos afirma que todo projeto de pesquisa sempre tende a levar o aluno a investigar, buscar e determinar causas ou consequências para algum fato. “Nesse projeto de pesquisa estudamos muito a educação e métodos para diversificar e tornar a aprendizagem de modo que desperte o interesse no aluno. A busca por resultados que satisfaçam nossas expectativas já é algo natural nosso, dos jovens, e com projetos de pesquisa que incentivem tais investigações. Para mim, enquanto jovem pesquisadora, o projeto me auxiliou a aprimorar minhas argumentações, além de problematizar e refinar atividades que desenvolvemos na Univates. Além disso, todos os bolsistas aprendem a escrever artigos, redações, pequenos resumos e apresentá-los em eventos, o que já nos prepara para a vida acadêmica, onde a amostra de trabalhos é indispensável. Aliado a isso também, as atividades que os orientadores nos solicitam sempre despertam uma certa curiosidade e desejo por encontrar a resposta de forma correta, o que ocorre muito enquanto percorremos a nossa trajetória na escola. O programa e o projeto são fundamentais e torna-se um recurso para a pesquisa. Quem deseja seguir na linha da pesquisa científica, seja de qualquer área, deveria optar ou pelo menos cogitar a ideia de participar de alguma bolsa de pesquisa científica”, ressalta.
Futuramente, Camila pretende seguir nessa área. “Gosto muito de pesquisar a nossa situação atual da educação brasileira, com enfoque no ensino-aprendizagem dos alunos, desde os Anos Iniciais, que é quando as crianças têm as primeiras noções da Matemática, e também, onde ocorre a alfabetização. Quero seguir com minha linha de pesquisa junto à minha orientadora, a professora Márcia Hepp Rehfeldt, com enfoque na tendência da Investigação Matemática. Como minha pesquisa foi e é na área da Matemática, optei por Pedagogia e pretendo mais tarde trabalhar na área de Educação aliado com as perspectivas da Matemática.