A retratoterapia tem se tornando conhecida por trazer uma proposta diferente de simplesmente fotografar. Nela, a câmera e olhar são instrumentos de cura e o fotógrafo assume um papel maior do que apenas captar uma imagem. Ele conduz o fotografado para dentro de si mesmo, no processo de autoconhecimento, de aceitação da imagem e de autoadmiração.
A retratista Camila França, 23 anos, natural de Piracicaba, São Paulo, já é conhecida na região por despertar a autorreflexão, por meio da retratoterapia. Ela, que atualmente vive em Santa Catarina estará, até o dia 20, aproveitando cenários de Estrela, Lajeado e Arroio do Meio para retratar e empoderar mulheres da região.
Camila trabalha focada no tema da cura através do olhar sobre si mesmo. “Quando eu comecei a elaborar a retratoterapia essa frase – a cura em se olhar – não saia da minha cabeça. Raramente, durante o dia, nos olhamos. Vemos todo mundo ou todo mundo nos vê, mas, e quando realmente paramos para nos olharmos? ”, reflete. A retratista conta que foi instigada também com a questão do autojulgamento das pessoas, ao olhar para si. Para responder a essas perguntas e proporcionar a cura às pessoas a quem fotografa, ou que participam de suas oficinas, ela iniciou o trabalho com a retratoterapia. “Seja homem, mulher, adolescente ou idosa. Todos temos o direito de olhar-nos com mais afeto e menos julgamento”, frisa.
Hoje Camila auxilia mulheres a despertar o seu feminino e a olhar para si. Os cenários escolhidos geralmente têm alguma representação sentimental para as retratadas. A maioria deles é em meio à natureza. “Em Arroio do Meio, já fotografei muito na casa das pessoas, pois é onde se sentem mais confortáveis. A última vez que estive na cidade, fiz um trabalho no sitio Paraíso dos Anjos, que é um lugar de energia muito gostosa. Fotografamos lá, pois a moça queria um cenário novo para ela”, recorda.
Oficinas com o celular
Outro trabalho desenvolvido pela retratista são as oficinas de fotografia com celular. O objetivo é treinar o olhar dos participantes para enxergarem a beleza ao seu redor. De acordo com ela, a época atual propicia uma concepção artificial do que é belo, reforçando o que dizia um antigo ditado, de que a grama do vizinho parece sempre mais verde. “Uma vez olhávamos essa grama ao vivo, hoje olhamos essa grama pelas redes sociais e nossos olhos estão ficando intoxicados. Parece que nada que vemos ao vivo é tão belo quanto o que vemos em uma foto nas redes. Na minha opinião, não é justo, é errado! Então, o belo é tudo desde que saibamos apreciar a vida real”, declara.
A profissional retratista
Camila trabalha com fotografia, profissionalmente, há oito anos. “Comecei com 16, assim que sai de casa. Mas a fotografia já está em minha vida desde pequena, na pré-adolescência, principalmente, eu sempre estava fazendo autorretrato. Sem dúvidas, foi a fotografia, a principal ferramenta para o início do meu processo de aceitação”, conta.
A retratista já participou de uma exposição em 2015, mas optou por lapidar ainda mais seu trabalho, antes de expor novamente. Suas fotos e retratos podem ser conferidos pelo Instagram (@camilafrancaretratista). Pela página, também podem ser feitos os contatos, para quem deseja posar para suas fotos.
Neste sábado, dia 20, em Arroio do Meio, ela realiza uma de suas oficinas, na rua Gustavo Wienandts, das 13h30min, às 17h30min. As vagas são limitadas, e o custo é de R$65. Mais informações, como o conteúdo trabalhado, podem ser conferidas no evento Outros Olhos – Oficina de Fotografia com celular, no Facebook.