Ser saudável implica em muitos fatores, tais como fazer exercícios e ter qualidade de vida. Mas é impossível pensar em mudar os hábitos, com foco na saúde, sem avaliar e pensar na alimentação. Há pouco mais de um ano, o auxiliar de indústria, Adilson Kroth, o Didi, como é conhecido entre os colegas e amigos, não poderia imaginar o quanto iria aprender e viver de forma mais saudável, com a simples situação de não ter uma geladeira no apartamento.
Alimentação crudívora, probióticos, kombucha, kefir, tepache e pancs foram palavras acrescentadas ao dia-a-dia de Didi. O conhecimento veio de muita pesquisa na internet e de troca de experiências com outras pessoas. “Quando fui morar sozinho, fiquei um ano sem geladeira. Então, descobri o crudivorismo”, conta. Ele procura sempre comer os frutos e produtos da estação e opta pelos orgânicos que compra em feiras próprias para estes produtos, como é o caso das realizadas na Univates e na Praça João Zart Sobrinho, em Lajeado.
Para Didi, tudo foi uma questão de planejamento e organização. Como almoça no trabalho, em Arroio do Meio, precisava apenas programar com o seria a sua alimentação para o restante do dia e para a noite. Com o crudivorismo, incluiu muitas frutas e legumes que podem ser consumidos crus, assim como grãos germinados como lentilha e grão-de-bico e sementes de girassol. “As lentilhas, se deixar sete dias, ficam grandes com sabor muito bom. Elas podem ser germinadas no ar, já as sementes de girassol devem ser germinadas na terra”, explica.
Das sementes e de amêndoas, ele também aprendeu a fazer leite, iogurte e queijo. Como o preço das amêndoas geralmente é mais elevado, Didi costuma usar as sementes de girassol, painço e alpiste. A receita, segundo ele, é simples. Basta deixar as sementes de molho por até oito horas e depois bater com água no liquidificador. A cor branca, semelhante ao leite de vaca, surge naturalmente. Depois, basta coar e guardar na geladeira. “Dura até três dias na geladeira. Dá para bater com frutas, mas daí não dura tanto”, lembra.
Com sua dieta ele emagreceu e sente-se mais disposto. O auxiliar de indústria acrescentou a tudo isso, a locomoção de bicicleta de Lajeado para Arroio do Meio, que serve como exercício físico. Mesmo não sendo vegetariano, ele opta em casa por pratos que substituem a carne e consome muito suco verde, que além das folhas tradicionais, recebe também as pancs, que são as plantas alimentícias não convencionais.
Kefir e kombucha
Dentro de suas pesquisas e experimentações de alimentos saudáveis, Didi descobriu o kefir e o kombucha. Ambas são bebidas probióticas, que auxiliam na digestão e trazem muitos benefícios. O kefir é produzido com a submersão temporária dos chamados “grãos de kefir” num substrato, como o leite ou água açucarada. Já a Kombucha é uma colônia composta de microrganismos aglomerados em uma massa de celulose, conhecida como scoby. “O kombucha é o mais completo e pode-se fazer com chá verde ou preto. O scoby vai se alimentar da cafeína e do açúcar. Sem dúvida, o melhor sabor é o dele. A sua primeira fermentação demora 21 dias, em um vidro grande. Na parte de cima, dá para notar a formação de uma película que o protege. Depois desta etapa, a fermentação cai para 10 dias”, detalha. A bebida também pode ser usada na cosmética, para limpeza de pele.
Usando essas duas bebidas, Didi passou a experimentar a criação de refrigerantes saudáveis. Com o kombucha, ele testou sabores como morango com hibisco, maçã com canela, limão e suco de uva. Uma experiência que ele ainda tem vontade de fazer é a tepache, que é uma bebida de origem mexicana, feita com abacaxi. “Ainda não testei porque preciso de um abacaxi orgânico”, justifica.