Com uma propriedade diversificada a família Dalmoro de Linha São Domingos, Capitão se divide em três frentes. Cada um dos integrantes toca uma atividade. A suinocultura fica com o filho Rafael, que administra o galpão com capacidade para 520 suínos. O aviário fica a cargo da mãe, dona Rosana, que toma conta de 16 mil aves. Já a atividade leiteira, fica a cargo de seu Valcir, que cuida do plantel de 35 animais, 25 em lactação, que produzem 450 litros diários.
A diversificação é de extrema importância para que a propriedade se torne autossustentável, defende a família. Dessa forma, quando uma atividade está dando pouco retorno, as outras sustentam a propriedade. Dos 31 hectares, 20 são destinados ao plantio de milho, que vai virar silagem para alimento das vacas. Um hectare é ocupado com acácia e outros sete com eucalipto, lenha que é usada no aviário para aquecimento dos pintinhos no inverno. Há, ainda, dois hectares com erva-mate, cultura que atualmente não dá muito retorno em razão do preço baixo pago pela arroba. “Quando uma atividade está em baixa, as outras seguram as pontas. Agora estamos ganhado mais com o leite”, revelam.
A atividade primária requer muita determinação e dedicação de todos. Os afazeres se estendem pelo fim de semana, inclusive à noite, o que virou rotina para o casal e o filho, que apesar do trabalho árduo, não se imaginam fazendo outra coisa. Férias nunca são tiradas, com exceção de Rafael, que no verão costuma viajar para o litoral por alguns dias. Ele lembra que o galpão dos suínos não é automatizado e, por isso, dedica três horas diárias ao trato dos animais. Um projeto para a construção de um segundo galpão está nos planos da família, o que tomará mais tempo do jovem, porém este totalmente automatizado.
A família ressalta que sem incentivos do poder público, a atividade primária fica quase inviabilizada. Nesse sentido, destaca projetos da Administração Municipal com o objetivo de auxiliar os produtores do município, a exemplo do Cheque Bônus, que visa estimular a produção primária com o pagamento de bonificação conforme produção individual. Serviços de terraplanagem disponibilizados sem custo pela prefeitura para a construção de novos galpões também auxiliam os produtores que não precisam destinar recursos para este fim e que podem ser aplicados em outras áreas. “Nos últimos anos recebemos o valor máximo da bonificação. Com esses recursos adquirimos implementos e insumos para a propriedade”, destacam.
Dificuldades foram superadas pela família Dalmoro que recorda de uma fase difícil. Contam que 30 mil litros de leite foram entregues a duas empresas de laticínios, que não realizaram o pagamento, deixando a família a ver navios. “Estávamos entregando para uma empresa que não honrou seus compromissos. Então decidimos entregar a produção para outra que também não nos pagou. Foram seis meses sem receber nenhum centavo. Na época dava para comprar um carro zero quilômetro”, lembra o casal.