A produção de suínos gera um grande volume de dejetos que, se tratados de forma correta, passam a ser um grande aliado na rentabilidade do negócio, tornando o sistema autossustentável, o que reduz os impactos ambientais. Junto ao crescimento da demanda da carne suína, está o aumento da produção, o que consequentemente acarreta o aumento dos resíduos gerados na atividade. Especialmente em um momento em que o mercado de carnes de suínos tem demonstrado um forte aquecimento e excelentes perspectivas futuras, no que tange o mercado nacional, a tendência é que o Brasil se torne, nos próximos anos, o líder mundial no agronegócio.
O dejeto de suínos deixou de ser um vilão para o crescimento de toda a cadeia, pois existem diversas e eficientes técnicas de coleta, transporte, tratamento e reutilização. Com custos de produção/lucratividade cada vez mais próximos, deve-se otimizar o sistema de tratamento dos dejetos, tornando mais eficiente e rentável.
Sistemas mais complexos, como de produção de energia elétrica com a utilização dos dejetos estão sendo utilizados em grande escala, devido ao potencial de produção de energia. Índia e China já se utilizam dos benefícios indiretos da produção de suínos através da energia elétrica gerada dos sistemas de tratamento dos dejetos com biodigestores para geração de energia elétrica.
No Brasil, atualmente a cidade de Entre Rios do Oeste/PR se utiliza com eficiência desta técnica, onde várias fazendas de produtores geram o biometano, se utilizando de uma parte e enviando o restante através de gasodutos para uma central, onde esse excedente é transformado em energia elétrica. Não pensando somente em projetos de média/larga escala, no nosso Vale do Taquari, já temos há um bom tempo, produtores de suínos que geram a sua própria energia elétrica.
Sistemas mais simples, porém não menos eficientes, como modelos tradicionais de lagoas para estabilização, sistemas de compostagem de dejetos suínos, sistemas de separação de sólidos e líquidos, entre outros, são técnicas muito utilizadas na região dos Vales, em razão do tamanho das propriedades que são pequenas e, na grande maioria, há um consórcio com outras culturas a exemplo do gado de leite ou corte.
O dejeto tratado de forma correta é um excelente adubo e pode ser utilizado em pastagens e lavouras aumentando a produtividade. “Todos nós do setor de produção de suínos precisamos nos conscientizar cada vez mais sobre técnicas e aplica-las de forma correta. Devemos fazer estes, “modelos de tratamentos”, se tornarem além de hábitos do dia a dia, uma mudança na nossa cultura”, enfatiza o engenheiro Agrícola Felipe C. Luckow complementando que, independente do modelo ou sistema de tratamento, é preciso ver os dejetos suínos como uma riqueza gerada pela atividade, aproveitando ao máximo, tudo o que é oferecido pelo processo produtivo.
Felipe C. Luckow – Engenheiro Agrícola