O vírus parou o mundo e as consequências que vêm por causa desta desaceleração e os impactos comerciais.
Como o assunto que abordamos é voltado ao agronegócio, vou pontuar o que se vem observando sobre a crise e qual a posição no Brasil: apesar da seca ter afetado o Sul do país, no Centro, o clima de uma maneira geral foi mais estável e, no Norte, o excesso de chuvas prejudicou o desenvolvimento das culturas comerciais, principalmente a soja. Apesar de prejudicar também o desenvolvimento das culturas de milho e algodão, observou-se que a maior prejudicada mesmo foi a abertura na colheita da soja, fazendo com que máquinas e caminhões não conseguissem chegar até a lavoura para colher a produção, chegando no final da cultura. Como o excesso de chuva atrapalhou para a colheita, consequentemente prejudicou as aplicações durante o desenvolvimento, fazendo com que a ferrugem fosse um fator limitante para o fechamento da cultura. Fazendo com que a produtividade diminuísse um pouco.
Mas, apesar de tudo isso, a ferrugem foi controlada em tempo, a chuva amenizou e tudo andou dentro dos trilhos, fazendo com que o cerrado brasileiro superasse a produção da safra anterior.
Isso que nem contabilizamos o fechamento da safra no norte do Maranhão e Pará, num todo, superando ainda mais essa produção.
Obviamente que tudo vem sendo afetado por essa pandemia. A agricultura anda travada, pois teve toda uma dinâmica de limitações, necessárias para a saúde humana e, contudo, contornada com a maior eficiência possível, fazendo com que a safra fosse escoada.
Observamos que, à medida que a safra vem sendo escoada para os portos, essa commoditie de soja vem ganhando preços ótimos, não em função do aumento do Buschel, pois o mesmo se mantém estável, mas pela alta do dólar.
É ótimo vender soja e milho com bons preços? Obviamente, que sim. Mas os reflexos vamos sentir um pouco mais adiante, quando serão adquiridos adubos e insumos para a safra 20/21.
Os preços dos insumos andam lado a lado com os valores de moedas e commodities, logo obtendo uma alta considerável.
Como no Sul voltou a chover e o inverno toma forma, o Cerrado começa a secar e entra no verão, fazendo com que as chuvas parem e o período de seca se instale na região.
Mas como o assunto é alimento para o mundo, o que se observa em meio à pandemia, são famílias consumindo e estocando itens de sua alimentação básica no Brasil e no mundo. Não só famílias, mas países também constroem estoques de comida diante de tantas incertezas. A grande questão agora é até quando terão renda para continuarem consumindo em ritmo normal. Mais do que isso, estão fechados bares, restaurantes, hotéis, escolas, e o consumo está, praticamente, confinado às casas.
Outro fator que deve-se ter atenção neste momento, que praticamente o Brasil vem alimentando o mundo, é que deve ser reformulada a questão de tantas normas e leis frente aos alimentos brasileiros. O Brasil deve se impor e alterar esses acordos, que afetam tanto o agricultor na ponta, reduzindo o poder de investimento. Se o Brasil não reformular agora, passamos mais uma vez, sem valorizar o nosso negócio que é fundamental para alimentar o mundo.