Realizada há anos junto à comunidade de Navegantes, Arroio do Meio, a festa em homenagem à padroeira recebe um formato diferenciado, adaptado à realidade imposta pela pandemia de covid. Neste ano, devido à atualização do Decreto 55.736 do Governo do Estado, as procissões foram proibidas, assim como aglomerações com mais de 10 pessoas.
Como a realização de carreatas estava liberada, a comunidade organizou na terça-feira, dia 2, uma procissão motorizada, que partiu às 19h30min da frente da igreja de Navegantes e passou pelas ruas do bairro e também por trechos do centro. A imagem foi conduzida dentro do barco Esperança, que era usado no cortejo pelo rio, por meio de um reboque.
Os moradores puderam acompanhar o cortejo da frente de suas casas e alguns prepararam altares e enfeites para a passagem da santa. De dentro de um carro de som, o padre Alfonso Antoni fazia as orações à Navegantes e convidava a todos para refletir sobre o momento atual.
A programação antes era composta pelo tradicional tríduo e tinha como ponto alto a procissão pelas ruas do bairro, carregando a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes que, depois, era conduzida até o rio Taquari, e levada em procissão fluvial, retornando à igreja e salão comunitário, onde ocorriam missa e festejos populares. No sábado, dia 6, às 19h30min haverá uma missa, obedecendo às restrições do governo. É indispensável o uso de máscara.
Moradora do bairro Navegantes há 38 anos e participante dos festejos em honra à Navegantes há 30, a moradora Lourdes Zanatta Both diz que esta foi a primeira vez que a tradicional festa religiosa teve seu roteiro alterado. “Sempre foi um evento que exigia muita preparação, fazíamos o tríduo, que são as três noites de missa, o próprio dia da procissão, a venda da rifa, um trabalho muito importante, mas nada disso teve. Parece que fica um vazio muito grande. A rifa, optamos por não fazer por precaução”, explica.
Lourdes espera que no próximo ano tudo possa ser retomada e lembra que a comunidade de Navegantes teve um 2020 difícil, primeiro em virtude da pandemia, e depois por causa da enchente de julho, que invadiu a capela e o salão, onde havia famílias abrigadas.

