Será realizada na próxima segunda e terça-feira, 26 e 27, na comarca de Arroio do Meio, a coleta das embalagens de agrotóxicos. No ano passado, os roteiros tiveram de ser cancelados em função das normas de prevenção à covid-19. Por isso, a expectativa é de um aumento no acumulado na ordem de 60%, segundo Ildo Guinter Mayer, gerente executivo da Fundação Pró-Rio Taquari, entidade que coordena a coleta na região. Ele pontua que o volume só não será maior por causa da estiagem prolongada da safra anterior. Em 2019 foram recolhidas na comarca 7.483 embalagens, sendo 4.181 em Arroio do Meio. Todos devem usar máscara no momento da coleta/entrega.
Na coleta é feita uma planilha que identifica o produtor, tipos e quantidades entregues e este poderá, a qualquer momento, obter recibo pela entrega. Para evitar erros de identificação é solicitada a apresentação do talão de produtor ou, pelo menos, uma anotação com seu número de inscrição e o nome do agricultor. “É importante que o produtor faça ele mesmo a devolução. É o momento em que transfere a responsabilidade para a revenda, para o correto encaminhamento do material. Neste ato, os técnicos da coleta verificam se as embalagens estão em conformidade para serem recebidas ou rejeitadas e, neste caso, o produtor tem obrigação de retornar com as embalagens. Importante salientar que apenas embalagens de agrotóxicos (rígidas e flexíveis, as tampas destas embalagens e caixas de papelão) e sacos de sementes imunizadas serão recebidas. Embalagens com restos de produtos ou produtos abolidos não serão recebidos. Os produtores poderão obter mais informações com as revendas ou no site do INPEV”, informa Mayer.
A Fundação Pró-Rio Taquari coordena os programas de coleta de embalagens para as empresas que comercializam estes produtos desde 2000, iniciando pela Comarca de Lajeado. A Comarca de Arroio do Meio ingressou em 2004 e, posteriormente, as de Estrela e Teutônia. Ao todo, são 25 municípios envolvidos. A atividade conta também com o apoio das Secretarias Municipais da Agricultura e Meio Ambiente, dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, da Emater/RS-Ascar e veículos de comunicação que divulgam os roteiros.
O projeto consiste na educação ambiental dos usuários e a adoção correta da “tríplice lavagem” das embalagens, que posteriormente são recolhidas em coletas volantes que ocorrem em roteiros pelo interior dos municípios. Visa ainda orientar e educar, para o uso e manejo correto dos agrotóxicos, a fim de evitar a contaminação dos usuários e do meio ambiente.
As embalagens recolhidas são remetidas para a Ardec, que é a Central de Recebimento de Embalagens, localizada em Cachoeira do Sul, com a qual a Fundação mantém convênio. A partir da central, as indústrias assumem a responsabilidade, conforme as leis no 7.802, de 11/07/1989 e 9.974, de 6/6/2000 decreto Nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002. A lei estabelece a responsabilidade da indústria, revenda e produtor sobre a ‘tríplice lavagem das embalagens’ e devolução e destinação final das embalagens. “A ‘tríplice lavagem’ e a guarda em lugar abrigado e seguro para a entrega na coleta volante, a cada ano, é o ponto de partida para a correta devolução das embalagens. Deve ser feita imediatamente quando se usa o restante do produto e, assim, se terá o máximo de aproveitamento para aplicar nas plantas e, ao mesmo tempo, descontamina as embalagens, viabilizando a reciclagem. A NBR 13968 da ABNT normatiza a ‘tríplice lavagem’”, informa Mayer.
Na Ardec é feita a triagem e o enfardamento e, posteriormente, as embalagens são encaminhadas para indústrias de reciclagem ou incineração em São Paulo ou Rio de Janeiro.
A importância da devolução (só vantagens):
– Na propriedade, a embalagem não tem nenhum valor; só atrapalha, contamina e deixa feia a propriedade, e podem ser carregadas pelas enxurradas aos mananciais.
– Não deve ser utilizada para nenhum fim, pois poderá contaminar animais e pessoas;
– Com a devolução, se limpa, organiza a propriedade (fica um aspecto de capricho);
– Com a devolução, o produtor está cumprindo a lei e, acima de tudo, demonstra ética e responsabilidade com o meio ambiente;
– Importante que o produtor mesmo faça a devolução; é o momento em que transfere a responsabilidade para a revenda, para o correto encaminhamento do material.
– No momento da coleta é feita uma planilha que identifica o produtor, tipos e quantidades entregues e a qualquer momento poderá obter recibo de sua revenda, pela entrega;
– Como já referimos a “tríplice lavagem” é o ponto de partida para a devolução correta e inteligente; por todos os ganhos ambiental e outros é inteligente porque viabiliza a reciclagem e trará retorno financeiro para as Centrais e terá reflexo positivo no preço final pago pelo produtor.
A recomendação sobre o manuseio das embalagens vazias é o mesmo que se dá quando da aplicação do produto (imprescindível o uso de EPI) e seguir a orientação técnica.