As restrições impostas pelo Governo Estadual no enfrentamento à pandemia geraram muitos desconfortos, principalmente nos setores mais atingidos, como o comércio e prestação de serviços. O empreendedor Antony Felipe De Almeida é um dos milhares que discordam da política adotada pelo Estado. Ele possui uma barbearia no Centro de Arroio do Meio e precisou ficar com o estabelecimento totalmente fechado por mais de 20 dias.
Entre as críticas, a forma como um decreto impede as pessoas de trabalharem sem oferecer nenhuma alternativa para ter renda, para quitar contas como água, luz e aluguel, que não sofreram qualquer desconto. “Nós do comércio, que atendemos uma, duas, três pessoas, tivemos de fechar, mas uma fábrica com 800, 200 ou 100 funcionários pôde trabalhar. Lá podia ter aglomeração, mas no meu comércio não pode. É uma coisa meio absurda, sem lógica. Ficamos perdidos porque em vez de ampliar o horário para evitar aglomeração, eles diminuem o horário e em vez de fechar tudo, só fecham o comércio, o resto funciona”, avalia.
Para ele, os mais prejudicados com a ação são os pequenos negócios, que possuem menos capital de giro e capacidade para manter empregos e fazer investimentos. Diz que não fechou de teimoso, visto que os desafios já eram grandes ainda em função das restrições do ano passado e vem fazendo o possível para manter a funcionária.
Para Antony o pequeno empreendedor é carente de representatividade e, no caso dos decretos estaduais, não teve muitas opções, a não ser acatar as medidas. Considera que houve muita conotação política nas decisões, que deixaram até os prefeitos, conhecedores das realidades locais, de mãos atadas.
O empresário afirma que as medidas são injustas, visto que o comércio sempre praticou os protocolos de prevenção. “O sentimento que fica é o de impotência. Sabemos que fechar tudo está errado e é injusto. Só que não tem o que fazer”, desabafa.
Segundo Antony, muitos pontos comerciais cujo produto ou serviço foi considerado essencial, como é o caso da loja de consertos de eletrônicos da família, também foram prejudicados. Além de as restrições tirarem muitas pessoas de circulação, acredita que já esteja faltando dinheiro para muitas situações, como os consertos.