Uma semente rara foi localizada há poucas semanas na Casa Comercial Buffé, em Pouso Novo. Trata-se da fava, um grão conhecido como vagem, que possui semelhanças com o feijão geralmente de cor verde, apesar de algumas variedades incluírem cores como branco, vermelho, roxo, castanho ou preto. As favas têm um sabor amidoso, semelhante ao da batata e uma textura granulada, mas ligeiramente amanteigada. A vagem da fava é alongada e curvada, medindo em média sete centímetros de comprimento. No interior das vagens encontra-se de duas a quatro sementes rasas – as favas.
Sua origem seria do Sudoeste Asiático com descoberta há vários milênios, na região de Israel, tornando-se uma comida muito comum nas civilizações Egípcia, Grega e Romana. No Brasil, é plantado especialmente nos estados da região Nordeste (com exceção da Bahia) e em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, sendo que o estado da Paraíba, com um rendimento de 424 kg/ha, apresenta a maior área colhida. O feijão-fava tem relativa importância econômica e social, por causa da sua rusticidade, tendo sua colheita prolongada e realizada no período seco. Seu cultivo na região Nordeste é um tanto rústico, sendo plantado consorciado com milho, mandioca ou mamona, tomando as plantas dessas culturas como suporte.
O grão da fava é maior que o feijão, e faz parte da classe de leguminosas dos feijões grão-de-bico, a soja, lentilhas e ervilhas. Tradicionalmente possui um sabor amargo. Para eliminá-lo e utilizar as sementes na alimentação humana é preciso submetê-las à cocção por três a cinco vezes com total substituição da água utilizada. É rica em amido, nutriente que fornece energia ao organismo. A fava ainda carrega altas taxas de ferro, vitamina do complexo B e magnésio. A leguminosa ainda evita problemas cardíacos e ameniza o estresse e a irritação diária. As favas são fonte de proteína, nutriente essencial para a formação e manutenção do organismo. Também são ricas em fibras e, por isso, contribuem para o bom funcionamento dos intestinos e para trazer maior saciedade, favorecendo aqueles que estão de dieta para emagrecimento.
O histórico indica que não se deve exagerar no seu consumo, pois 100 gramas desse grão cozido fornecem cerca de 100 calorias. O aporte de nutrientes não para por aí: as favas são ricas em minerais como o cálcio e o fósforo, que auxiliam a manter a saúde dos dentes; ferro, que ajuda a combater a anemia; e potássio, que regula a pressão arterial e é fundamental para os praticantes de atividades físicas ou que realizam trabalhos extenuantes. As favas fornecem ainda vitamina A, importante para a saúde ocular, além de outras vitaminas do complexo B, que atuam no metabolismo. Por serem fonte de ácido fólico, são um bom alimento para as mulheres que pretendem engravidar, pois ajudam a formar o sistema nervoso do bebê. Depois de cozida, a fava fica macia e saborosa, com a textura que lembra a de um purê.
Depois de cozida podem ser acrescentados sal e temperos. Se a ideia for comer as favas como feijão, com caldo, amasse alguns dos grãos cozidos para liberar o amido e, assim, engrossar um pouco o líquido do cozimento ou então deixe mais tempo no fogo, até os grãos começarem a desmanchar. Favas verdes podem ser consumidas como saladas e pratos mais frescos, inclusive com aproveitamento das folhas.
Devido à sua versatilidade e textura, a fava conquistou lugar na gastronomia por parte de soldados e desportistas. Na gastronomia portuguesa, as favas são um alimento que tanto desperta ódio como paixão, por parte dos consumidores. É daqueles alimentos que normalmente ou se gosta muito ou se detesta… não é frequente ouvir-se dizer que alguém gosta “mais ou menos” de favas. Um ditado diz que as favas podem ser consumidas cruas, elevando a possibilidade de aparecimento de algum tipo de efeito intestinal (flatulência).