Há mais de dois anos os sócios Lovir Tonelli, 37 anos e Jonas Petry, 37, encaminharam à integradora o projeto para a construção de uma granja em Linha Marinheira. Serão três galpões, cada um com 792 metros quadrados para o alojamento de 6,3 mil suínos na fase creche.
A previsão é que as obras estejam concluídas em outubro, para o recebimento dos primeiros lotes. Além dos galpões, o projeto inclui a instalação de silos de ração, acesso para carregamentos dos animais e fossas com mais de 2,5 mil metros quadrados para o depósito do dejeto líquido. O valor do investimento não é revelado pelos sócios.
O projeto de Tonelli e Petry é inovador no município. A granja será toda automatizada desde bebedouros, comedouros e climatização. Os comandos poderão ser feitos por aplicativos ou por uma central, que ficará no escritório.
O suíno chegará com 21 dias de vida, com peso médio de 30 quilos e ficará alojado entre 42 a 49 dias, até atingir os 63 quilos e ser levado aos terminadores da região. Conforme Lovir, o aumento no consumo de alimentos e as boas projeções das integradoras que visam cada vez mais o mercado internacional foram os principais fatores para o investimento, além da garantia de incentivos do município, que possui uma lei de incentivos que garante o retorno de ICMS durante dez anos.
Assim como o empreendimento em Linha Marinheira, outros três chiqueirões na modalidade de terminação estão sendo ampliados nas propriedades de Valcir Dalmoro, Odélia Giovanella em São Domingos, Márcio Mallmann, em Alto Palmas, e Sidnei de Siqueira em Linha Zanotelli. O número de animais alojados, por lote, chega aos 3,4 mil suínos.
Outros produtores que possuem Unidades Produtoras de Leitões (UPL), anunciaram a ampliação de galpões. Elgio Berté em Linha Zanotelli alojará mais 300 matrizes, enquanto em Linha Marinheira, o produtor Gilvan Zanotelli ampliará a granja para mais 250 matrizes. Ambos trabalharão no sistema de bem-estar animal com foco na higienização no alojamento em baias e pisos 100% vazados.
INCENTIVOS AO SETOR PRIMÁRIO
Com 134.945 suínos para abate no último ano, Capitão está na liderança regional em animais destinados para o abate. Os números são da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs). De acordo com o secretário, Márcio André da Costa, o município continuará registrando aumento na produção, pois muitos produtores estão ampliando as suas estruturas principalmente na suinocultura e em demais setores com avicultura e gado de corte.
Somente no último ano, em novos aviários, chiqueirões e ampliações, os investimentos superam os R$ 10 milhões. Para Márcio, o volume de investimentos no primeiro semestre está ligado à parceria das integradoras e aos incentivos oferecidos pelo município, que possui o Programa de Desenvolvimento Sustentável (Prodesc) que garante ao produtor a partir do terceiro ano de funcionamento até 50% do ICMS gerado nem período de dez anos, além de antecipar a infraestrutura do local, com a execução de terraplanagem, abertura de fossas e acessos.
Além de novos chiqueirões que caracterizam a cidade com uma das maiores produtoras de suínos do Vale do Taquari, o município em parceria com a cooperativa Languiru reativou dois grupos da Granja Scheidt que permitiu o alojamento de mais 54 aves. Em São Jacó, a secretaria também concluiu a terraplanagem para construção de um novo aviário Dark House com a capacidade para 50 mil aves na propriedade de Vanderlei Marciano Fachi e Dyonatan Henrique.