A ceramista arroio-meense Claudia Jung, da Arrebanhando – Residência Artística Urbana (RAU) está entre os contemplados do Prêmio Trajetórias Culturais Mestra Sirley Amaro. O resultado desta seleção, que contemplou 1,5 mil artistas no Rio Grande do Sul foi divulgado no início deste mês.
O prêmio reconheceu fazedores dos diversos segmentos culturais que transformam a vida com a sua arte e cultura nas diferentes comunidades do estado. A iniciativa buscou facilitar o acesso aos recursos a todos os afetados pela pandemia do coronavírus. As trajetórias culturais reconhecidas e valorizadas por ele receberam valor em dinheiro(tendo descontados os tributos incidentes conforme legislação vigente).
Para a ceramista, ser contemplada pela premiação foi uma grande alegria e ressalta que trabalhar com pessoas e ter esse contato sempre é muito significativo para ela. “Sinto que com ele, todas estas pessoas com as quais já realizamos as oficinas, estão sendo contempladas também. Não é um prêmio só meu. Todos fizeram parte disso, desde as oficinas realizadas com o pessoal dos grupos atendidos pelo município, até a comunidade em geral que realizava os cursos. Eles também se doaram para aquilo e me emociona muito, fico emocionada por compartilhar isso com essas pessoas”, declara Cláudia. Ela explica que o valor recebido será aplicado em recursos de tecnologia para a RAU, como melhor cobertura de internet no espaço e em comunicação para as redes, visto que, principalmente com a situação da pandemia, é importante utilizar-se destes meios digitais para divulgar e ampliar a abrangência de contatos.
Saiba mais sobre o prêmio
Com um valor disponível de R$ 12 milhões, o Trajetórias Culturais teve suas inscrições e processo de seleção totalmente on-line. Os contemplados foram avaliados por uma comissão de seleção e julgamento composta por 20 membros. Eles analisaram as trajetórias culturais habilitadas com base nos benefícios culturais, sociais e econômicos oferecidos às comunidades onde os candidatos atuam. Foi levado em consideração a relevância das ações, atividade e/ou projetos desenvolvidos pelo indicado à premiação na área cultural, o impacto da atuação do indicado na sua comunidade e o tempo de trajetória percorrida.
A Mestra Sirley Amaro, ou a Dona Sirley, como era mais conhecida, nasceu em Pelotas em 12 de janeiro de 1936, descendente de escravizados, carnavalesca e costureira de profissão. Foi educadora ao descobrir a arte de contar histórias, por meio das próprias histórias e dos seus antepassados, na reconstituição dos saberes aprendidos nas vivências cotidianas. Em 2007, recebeu o título de Griô de Tradição Oral por meio da Ação Griô Nacional, do Programa Cultura Viva (Ministério da Cultura). Sirley Amaro por onde passou cativou muitas pessoas com suas histórias, músicas, versos e brincadeiras. Foi a memória viva da história do povo negro de Pelotas.