O Dia do Colono foi oficialmente instituído em 1968. A data surgiu em comemoração ao centenário da vinda dos primeiros imigrantes ao Rio Grande do Sul. Trabalhadores do campo e das fazendas, os colonos eram comumente caracterizados pela simplicidade da atividade e das suas vestes. Em fotos, a figura era vista com chapéu de palha e enxada em mãos.
Ao longo das décadas, essa imagem se transformou. O colono de 2021, cuja representação comumente se mistura à do produtor rural, trabalha com o apoio da tecnologia. Integrou ao meio rural ferramentas que, décadas atrás, não eram sequer imaginadas naquele cenário.
Na propriedade de Rodrigo (32) e Leandro Fell (31), localizada em Novo Paraíso, município de Estrela, as mudanças são claras. Iniciada pelos avós há mais de 50 anos, a produção foi assumida pelos pais no fim da década de 1980. Desde a infância envolvidos na lida, os irmãos viveram a transformação na rotina do campo. “Não tínhamos muita estrutura. Ao longo dos anos fomos investindo para facilitar a mão de obra”, conta Rodrigo.
Pioneiros no Vale do Taquari, para o convencional estábulo das vacas leiteiras, a família investiu na tecnologia Dark House. O sistema de climatização, semelhante ao utilizado em aviários, garante conforto aos animais. A ordenha passou a ser robotizada. Além disso, a propriedade ainda conta com separador de dejetos. Todos esses investimentos resultaram na melhora da sanidade do rebanho, além da melhora no gerenciamento da propriedade e do tempo. “Nossa família não tinha mais folga, estava sempre muito envolvida na lida”, revelam.
Falando sobre a rápida evolução do setor, os irmãos acreditam que, mantendo o formato de trabalho de 30 anos atrás, o produtor daquela época não sobreviveria na atividade. “Os custos aumentaram, a produção precisa ser mais alta. Ou segue a tecnologia ou abandona o setor”, afirmam.