No próximo 24 de julho é comemorado o Dia do Suinocultor. Sistema de parceria entre os suinocultores garante a continuidade de granjas familiares e profissionaliza atividade
A produção de suínos fora do sistema integrado tradicional é uma realidade de muitos suinocultores. Produzindo em conjunto e em quantidades menores, o sistema de parceria entre os suinocultores garante a produção de suínos e a continuidade de granjas que trabalham apenas com mão de obra familiar.
O primeiro vice-presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Mauro Gobbi, vivencia esse processo na atividade. Proprietário da Suinocultura Gobbi, atua da mesma forma que empresas integradoras na suinocultura, assim como outros empresários do ramo, garantindo alimento para os animais e o acompanhamento de todo o ciclo de produção. “Somos como qualquer empresa da área, só que atuamos em menos proporções. Nosso diferencial é que é muito mais enxuto e acompanhamos todos os detalhes do negócio de perto. A gente está em cima disso e, como suinocultores, conhecemos todo o processo como ninguém”, explica Gobbi.
A decisão de investir nessa área, dividindo entre mais criadores a produção de suínos, veio por conta de uma demanda externa, já que ampliar a produção para atender a escala de entrega exigida pelos frigoríficos era inviável. “Como trabalhamos com a produção de leitões, não temos condições de engordar todos animais em uma propriedade só. Além de difícil, o problema ambiental, hoje, também é muito delicado. Por isso o sistema de parceria ou integração é muito importante para distanciar e dividir a produção, da melhor forma”, justifica o suinocultor.
Com mais produtores participando da produção e em diferentes propriedades, foi possível atender a escala dos frigoríficos e também ter o aproveitamento adequado dos dejetos, o que possibilitou conciliar a produção em larga escala, mesmo que dividida entre produtores, e a preservação do meio ambiente.
Além disso, o trabalho em conjunto garante a participação de pequenos e grandes suinocultores, da mesma forma que mantém empreendimentos familiares ativos e pode até motivar e oportunizar o surgimento de novos negócios relacionados à produção de suínos. “Investir em uma granja nova e ter mão de obra externa é muito caro, nem todo mundo pode. Com essa parceria, o suinocultor consegue intercalar e manter a produção de suínos em uma pequena escala, com outras culturas na propriedade. Para nós, o importante é ter uma produção com qualidade e não só quantidade”, frisa Gobbi.
Movimenta a cadeia produtiva
Os suinocultores não são os únicos beneficiados. Gobbi também destaca a importância do sistema de parcerias para os frigoríficos e pequenas indústrias do setor, que possuem inspeção municipal e estadual, já que são elas que absorvem toda essa produção. “Através desse sistema, atendemos a demanda de frigoríficos e pequenas indústrias. Se não existisse a produção dessa forma, seria necessário encontrar outra maneira de adquirir os suínos para o abate”, finaliza.