Embora o final do mês de agosto se aproxime, o momento para abordar a importância do aleitamento materno sempre é relevante. O atual mês, denominado Agosto Dourado dedica-se à promoção e apoio a amamentação, nesse ano representado pelo tema “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”.
O tema possui em sua essência a preocupação global acerca desse ato de amor, nutrição, respeito e transmite a necessidade de refletirmos sobre a forma com que o aleitamento materno é compreendido e praticado. Transmite a necessidade do discernimento entre direitos da mulher e deveres da sociedade em todos os âmbitos, profissionais da saúde, rede de apoio, órgãos governamentais, empresas, educandários, mídia (…), no sentido de viabilizar e favorecer o aleitamento materno em aproximação às recomendações científicas estabelecidas. Transmite ainda, a urgência de sermos protagonistas em naturalizar o ato de amamentar na vida das mulheres, reduzindo barreiras e encorajando-as, dessa maneira, a acreditar em sua capacidade de nutrir um ser, o seu ser! Que tem no seu seio materno o ambiente mais fértil que poderia ter após o nascimento!
O assunto ultrapassa os níveis de conhecimento sobre os benefícios que o leite materno proporciona, como presença de anticorpos, fatores anti-infecciosos e sua composição absolutamente completa para nutrir o bebê de forma exclusiva até o sexto mês de vida. Deve englobar as expectativas e frustrações que envolvem a prática do aleitamento materno, pois apesar de parecer instintivo e ser romantizado, exige técnica, apoio profissional e familiar e muito aprendizado para o desfecho esperado. Inevitável referir que a carência de informações, falta de apoio e incentivo associados às possíveis intercorrências são potenciais causas para o desmame precoce. Cada dupla mãe-bebê é singular e não pode ser um padrão pré-estabelecido para outras mães e bebês, tanto positivamente quanto negativamente!
É primordial que se escute e se compreenda os desejos da mãe, elogiar, empoderar, oferecer atenção e cuidado para que ela possa se dedicar exclusivamente ao processo da amamentação e dedicação ao bebê neste novo ciclo. Sendo que esse planejamento já pode ser estruturado durante a gestação. Sim, o preparo organizacional para o puerpério, que engloba também a amamentação, deve iniciar na gestação, visto que as alterações hormonais no pós-parto influenciam emocionalmente nesse processo, podendo tornar o manejo mais vulnerável.
O universo da amamentação está envolvido em inúmeros mitos (a exemplo da concepção do leite materno ser fraco), crenças e tabus, embasados em experiências relatadas, que não necessitam ser julgadas, mas sim acolhidas e, na medida do possível, desmistificadas e transformadas em busca pelo conhecimento de qualidade com profissionais capacitados, seguida pela escolha da prática recomendada que melhor se adaptar a cada família.
Ao término da apropriada reflexão, o Agosto Dourado simboliza a luta e intensivas ações de estímulo ao aleitamento materno. Nós, enquanto sociedade, como podemos lutar pela proteção à amamentação, considerando suas indiscutíveis vantagens? O que temos feito para proteger a amamentação?