Vou continuar, à pedidos e graças às memórias do Weschenfelder, a crônica já escrita na semana anterior. Como você já sabe, ou para quem está iniciando a leitura do texto, falo de uma venda localizada às margens do asfalto que leva ao município de Travesseiro, distante onze quilômetros do trevo de Arroio do Meio, mais precisamente em Forqueta.
Particularmente, eu, acreditava, que as histórias poderiam ser resumidas em uma página, me enganei redondamente. E, vou ter que fazer o resumo do resumo para contemplar mais fatos que são bem pitorescos. Interessante, para os leitores mais jovens conferirem a nomenclatura e para os mais velhos creio que sentirão-se pertercentes ao lerem alguns dos termos que usarei; e a nostalgia é algo que nos faz bem em muitos momentos.
Voltemos a caderneta, o termo “fiado” aqui também existe anotado em papeletas pequenas, rascunhos cujo lado oposto tem coisas escritas. Esse “fiado” chama-se assim, pois realmente, é de um dia para o outro e pregado num pau de aço.
A venda que tem mais de cinquenta anos funciona, desde o começo, de domingo a domingo, sim, pois a família sempre morou junto ao estabelecimento, então as pessoas quando precisam de algo batem na porta e sempre algum item é alcançado.
Nos tempos idos, o local funcionava como Correio e também o dono servia de taxista. Até hoje, realiza favores às pessoas do Interior, ou seja, Forqueta, que precisam de coisas ou que se vá ao centro da cidade que fica um pouco distante.
Achei o máximo o uso de alguns termos pelo dono até hoje, como “viajante” que vem pra que Aloysio faça as compras, hoje, é o representante comercial. Também, quem faz as conferências das notas do estabelecimento é o Troller (Lajeado), até hoje, e é carinhosamente chamado de “Guarda Livros”, pois antigamente era escrita em livros e guardados em arquivos.
Recordando o passado, especialmente, lembra que jogavam carta no porão e as bebidas mais tomadas eram os destilados, dentre eles as marcas “Tropeiro” e “Soberano”; antes do meio dia e antes da noite. E, antes do meio dia quando alguém pedia: -‘’Quero um ‘martelo’!, Seu Aloysio já sabia que era um copo de vinho com cachaça. Diziam que era bom para tudo. Hoje, lá de vez em quando é consumido o “Bitter”, que diz também ser bom pra tudo, especialmente para questões estomacais. Ainda no campo das bebidas e de nomenclaturas, temos da Kist, hoje, Fruki (Lajeado) o sucesso de vendas, as famosas “Laranjinha” e “Framboesa” que era uma mistura para se fazer usando água e virava um suco de uva.
Leitura leve e um desejo dessa colunista é que lembrar o passado é ter orgulho da origem, é perpetuar a história, é expandir o pensamento, fazer correlações inteligentes e entender o presente. As histórias e a História são instigantes e interessantes.
Dedico aos leitores, é claro e, em especial, aos amigos João Davi Goergen e Vilsinho Haussen Jaques Filho.