Em meio aos limites entre Progresso, Canudos do Vale e Marques de Souza, cercada por uma natureza exuberante, uma comunidade colonizada por descendentes de imigrantes italianos a partir de 1910, teima em não desaparecer. Dos tempos áureos na década de 1970, quando cultivavam feijão e soja, e abrigava mais de 300 moradores, a localidade de Alto Tamanduá, no interior de Progresso, viu sua população se resumir a nenhum morador, porém, mantêm um de seus principais legados, a religiosidade, através da preservação do templo da Igreja Católica construída em 1960. E isso se deve a iniciativa de Leniro Giovanella, que reside em Rui Barbosa, Canudos do Vale, uma localidade próxima. “Vi que tudo estava ruindo por aqui, igreja, salão comunitário, cancha de bocha e até o cemitério estava abandonado. Foi então, que junto com minha família resolvemos reformar o que restava, antes que não sobrasse nada, além de que meu pai ajudou construir a igreja.” Missão nada fácil para Giovanella, que investiu recursos do próprio bolso, além da contribuição de ex-moradores e amigos que solidarizam com a causa. “Aqui nasceram muitos empresários que hoje são bem sucedidos na região e no Estado e abraçaram conosco a ideia de preservar o local.” E assim, desde 2021, toca as obras de reformas com a ajuda de outras pessoas durante o tempo em que não está nos afazeres em sua propriedade onde se dedica à avicultura e marcenaria. Bem próximo, uma cascata no Arroio Tamanduazinho e a gruta de Nossa Senhora de Caravaggio complementam a beleza do local, que também faz parte da Rota de Cicloturismo do G8. As péssimas estradas de acesso à localidade inibem a chegada de visitantes, porém Giovanella sonha com tempos melhores. “Quando tudo estiver pronto, as estradas em condições e alguém morando e cuidando aqui de tudo, vai mudar. Seremos um ponto turístico e não vamos desaparecer do mapa, tenho muito orgulho de participar dessa reconstrução”, projeta. Informações para colaborar com o projeto podem ser obtidas pelo fone WhatsApp (51) 9-9842-0935.