As três escolas afetadas pela enchente em Arroio do Meio; Construindo o Saber, Bom Jesus e Guararapes, tiveram grandes perdas em suas bibliotecas. Como a Secretaria de Educação também foi tomada pelas águas, o acervo das obras foi prejudicado e teve perda total. No Caso da Escola Comunitária de Educação infantil (Ecei) Construindo o Saber, o mobiliário foi recuperado, pois receberam doações da Banca de Livros de Porto Alegre e as soberanas do município realizaram ação em conjunto com o Rotary. Atualmente, as atividades da Ecei ocorrem no local em que era realizado, antigamente, o projeto Mais Educação na Barra da Forqueta. Conforme a diretora, Edilara Goerk, a comunidade pode fazer as doações no local que fica próximo do ginásio em que funciona como abrigo.
“Com essa nova cheia de maio, tiramos todo o material. Porém, o local onde os livros estavam guardados, também foi atingido e infelizmente perdemos tudo novamente. Já estamos recebendo alguns, tanto infantis, quanto infanto juvenis. Com a ajuda de doações, iremos reconstruir nosso belo espaço de leitura.” A instituição de ensino já havia sido atingida em setembro com perda total. O acervo era de mais de mil livros.
Na Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, a biblioteca ficou totalmente destruída, tanto as obras quanto o mobiliário que incluía dois computadores, mesas, armários, cadeiras e estantes. “Os livros didáticos tenho certeza que o Estado vai repor, agora, os demais da área de Literatura e móveis vamos precisar de ajuda. Foi impressionante o que aconteceu com a nossa biblioteca. Os metais das prateleiras ficaram todos retorcidos e parece que os livros foram colocados dentro de um liquidificador. Muito assustador e inacreditável”, diz a diretora Valquíria Pretto Dienstmann.
Em relação aos auxílios, ela explica que a comunidade não pode doar em dinheiro, mas em livros e materiais físicos ou ainda deixar um valor quitado na loja para que a escola possa retirar os materiais. “Assim nós vamos nos recuperando aos poucos. Já conseguimos limpar a biblioteca e outras salas atingidas.” Interessados podem entrar em contato com a professora Cátia Weizzenmann pelo número 51 98420-2579. De acordo com Valquíria, não há previsão de volta às aulas, pois primeiro a Coordenadoria Regional de Educação precisa realizar vistoria no prédio.
Na última semana, ela participou de um encontro com a Secretaria Estadual de Educação em que a escola ficou enquadrada na categoria 4 da catástrofe ao lado de outras 134 instituições de ensino estaduais com ‘prédios escolares danificados que necessitam de reformas específicas e comunidade bastante atingida’. Além disso, ficou definido que os alunos não precisarão cumprir 200 dias letivos, mas 800 horas. “Os estudantes podem ficar tranquilos, pois isso não irá prejudica-los. Vivemos uma situação atípica com a catástrofe. Eles terão também aulas a distância, mas primeiro organizaremos o prédio para depois montar o calendário pedagógico. Vamos avisando posteriormente os alunos.”
SECRETARIA
Pela primeira vez, a Secretaria de Educação foi atingida por uma catástrofe e teve prejuízo total. Na biblioteca, o número de itens antes da enchente era de cerca de sete mil. “Não conseguimos salvar ou recuperar nada. Algumas obras estavam emprestadas e devem retornar, mas o montante é pequeno e não representa muita coisa”, cita a bibliotecária Maria de Lourdes Rhod Konrad. Uma campanha de iniciativa privada é organizada para arrecadar novas obras para a reconstrução e ainda será divulgada pelo Jornal O Alto Taquari. As doações poderão ser feitas de livros das áreas de Literatura Nacional e Estrangeira, obras e romances espíritas, Psicologia Motivacional e autoajuda, Geografia e exemplares que falam de História como um todo, do município e região. Não há previsão do retorno das atividades da biblioteca.
“Quanto a previsão de recomeço, não podemos ainda dizer, pois vai depender da reforma do espaço da biblioteca, das doações e também da inserção dos livros em uma base de dados. Enfim, processamento técnico e etiquetas.”