Ouço, sinto, percebo, leio e observo que as dificuldades de aprendizagem estão vindo agora apenas, pós anos de pandemia. E se dão, especialmente, nas séries finais do ensino fundamental. Essa triste realidade, vai virar uma “bola de neve” que reverberá no Ensino Médio. E não estamos nos dando conta disso!
Estudos apontam que o atraso é de dois anos e estamos não mais falando só de lacunas de aprendizagem na alfabetização, como com alunos de 10 a 12 anos. Tratam-se de discentes de 6º a 9º anos.
Precisaríamos ter alfabetizadores com seu jeito especial nessas séries finais, pis o gosto da leitura é uma das chaves para virar essa história. As aulas precisam atrair o gosto pela leitura, escrita, comunicação, gosto pela pesquisa e socialização. Precisamos é atrair esse aluno para a sala de aula, na verdade, digo, esse adolescente, pois o “lá fora” e as lacunas da pandemia estão fazendo-os evadirem.
Das séries iniciais em diante, começam as disciplinas, e muitas vezes, essa “quebra” de não ter mais um professor referência faz os alunos ficarem um pouco perdidos. Nesse sentido, que entra a compreensão dos professores e o tratamento ainda de coisas simples que só os alfabetizadores fazem, como a contação de histórias.
Há estudos que mostram alunos de sexto ano, com lacunas de leitura, e a defasagem então, só aumento de série e idade. Então a confusão começa: ensinar o conteúdo que está prescrito ou dar atenção a tudo que foi deixado para trás e a magia do aprender e e pesquisar.
Minha humilde opinião sempre foi a de que devemos resgatar o gosto pela leitura e escrita, pois são competências básicas para todos os conteúdos e disciplinas. E isso não cabe só a disciplina de Português, mas há professores que entendem que algo é preciso ser feito e a escola precisa voltar a ser um lugar atrativo e que não só a tecnologia tem sentido; ela é apenas ferramenta para ajudar no ensino-aprendizagem.
A tecnologia quando mal usada ou em demasia aprisiona o adolescente e vicia, como por exemplo, o celular. A tal ponto que a aula não interessa mais ou não chama a atenção e então as lacunas de aprendizagem aparecem. É preciso urgentemente, unir as ferramentas tecnológicas com práticas de leituras, de dinâmicas, de uso de materiais concretos para resgatar esse aluno ao ambiente escolar e de aprendizagem alicerçada na pesquisa, na resolução de problemas, na construção do pensamento. Não dá mais só para ficar nas redes sociais e escrevendo e falando de qualquer jeito, pois os resultados já estão ai: faltando pessoas qualificadas para o mercado de trabalho e seres pensantes.
Temo pelos alunos que não querem mais falar em público, que escrevem só por gírias, que não querem ir à escola, que não querem estudar e fazer as tarefas escolares, que não respeitam professores, que não querem raciocinar. A pandemia nos deixou esse legado e algo é preciso ser feito. Não é preciso apontar culpados e, sim, agir. Todos estamos no mesmo “barco” e para “remar” no sentido da melhora bons projetos têm que ser feitos e já estão por isso nos unir a eles: li muitos a respeito de leitura, de escrita, de produção de audiovisuais; isso mais na minha área. Creio também, numa escola em tempo integral, para sanar ou minimizar essas dificuldades de aprendizagem, com aulas de recuperação e oficinas que envolvam muitas competências. Conseguiremos “virar essa página”, se a educação for prioridade e sair do papel, ainda mais agora.