Embora possamos não considerar violenta a maneira de falarmos, nossas palavras, não raro induzem à mágoa e a dor, seja para nós como para os outros. Hoje, as palavras têm sido faladas aos montes, mas são vazias de conteúdo, de verdades. Assim como informações temos em abundância, mas não as usamos de maneira aprofundada. Praticamos muito, então, um tipo de comunicação que aliena e faz uso de julgamentos moralizadores e discriminatórios.
A todo momento, tecemos comentários a despeito das pessoas e suas vestimentas, seu físico, jeitos e trejeitos. Analisar os outros é, na realidade, uma expressão de nossas necessidades e valores. O que estou sentindo hoje? O que vocês precisam saber de mim hoje? Por que estou criticando o jeito dessa pessoa, hoje? Por que isso me incomoda? Temos que fazer esses questionamentos.
A comunicação não-violenta é uma forma de comunicação que nos leva a nos entregarmos de coração. Escutar profundamente promove e gera o mútuo desejo dessa entrega. Falar com o coração é ser verdadeiro e se colocar no lugar do outro, sempre! O que nela ou nele eu critico será que não é algo que tenho inveja e sinto falta em mim?
E é na escola que podemos começar a praticar essa comunicação, pois é reconhecidamente o espaço privilegiado para a formação do cidadão e para trabalharmos valores que andam tão perdidos.
Até para uma melhor compreensão, é pertinente colocar que uma mudança ocorreu ou deve ocorrer no não constrangimento dos envolvidos em conflitos. Num diálogo ninguém vence, pois um diálogo é uma conversa e de escuta com coração.
Nesse mundo conturbado não paramos mais para reparar. Escutar uma palavra de uma pessoa mais velha faz toda uma diferença, pois elas passaram por experiências e têm lições de vida simples e eficazes para nos mostrarem. Uma conversa nada mais é do que uma pausa para reparar. Reparar em nós, na nossa vida.
Notamos também que o problema não está no que as pessoas pensam e sim, no que dizem. Nunca vamos pensar igual, pois somos diferentes, temos vivências e valores diferentes, mas quando falamos temos que respeitar que podemos ouvir algo diferente e, por isso, mesmo a conversa se torna tão rica. Jamais essas expressões diferentes podem gerar conflitos. Os conflitos acontecem quando não identificamos os interesses e necessidades do outro. Acontecem também quando não nos colocamos no lugar do outro.
Então, conversemos para mudar. Não mudar para julgar, mudar para comunicar melhor! E assim, viver melhor!