É preciso falar de racismo, ainda! E, no Brasil! Pois é uma questão estrutural. Não adianta você dizer que não é racista, já que não é uma opinião individual e, sim, algo enraizado, de estrutura! E uma questão para reflexão que já fica desde o começo desse texto é: o que estou fazendo para perpetuar essa opressão ou não? O silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do racismo.
O brasileiro tem suas peculiaridades, entre as quais a inação, temos o preconceito de não ter preconceito e o simples silêncio nos mostra o quanto está arraigado.
O debate estrutural dá conta de que os negros não tiveram acesso a direitos básicos e à distribuição de riquezas. É importante lembrar que a educação por exemplo, o negro teve acesso tardiamente.
Reconhecer o racismo é a melhor forma de combatê-lo. Assim que reconhecemos devemos combater. Duvidar do que nos parece natural, questionar posicionamentos, mercado de trabalho, para ver até que ponto privilegia uns e oprime outros.
Desde cedo pessoas negras são levadas a refletir sobre sua condição racial. E brancos não. A posição social com o que vemos a sociedade muda, pois todos falamos a partir de um lugar social. Isso fundamenta a discussão e deve nos guiar para não enxergar tudo igual.
A população negra é a maioria no país e se formos olhar as posições de poder e de trabalhão não são nem um pouco proporcionais a questão é para além da representatividade, é de proporcionalidade. Há, privilégios que acompanham a cor das pessoas.
Não é para nos sentirmos culpados por ser de uma cor ou outra, mas a responsabilidade que leva à ação. Não ficar quieto diante de preconceitos e não achar natural o olhar racista e dar oportunidades àqueles que não têm.
A maioria das pessoas, em recentes pesquisas, afirmam haver racismo, mas não se dizem racistas. De novo, é preciso, citar, o silêncio perpetua, lembre-se disso!
Estar atento as nossas atitudes e disposto a enxergar privilégios, e mesmo que você seja chamado de demagogo, insista, pois a transformação começa com pequenos atos. Ser antirracista é dar um basta à opressão. Uma mudança significativa já foi o fato de ter a obrigatoriedade do ensino da história africana e afro-brasileira.
Por causa do racismo estrutural, a população tem menos condições de acesso a uma educação de qualidade. Não se fala de capacidade, mas sobre oportunidades. Fazer escola de idiomas, poder estudar em cursinhos faz toda a diferença.
Há bons exemplos de atitudes antirracistas, como na Noruega, onde 40% dos assentos em conselhos de administração são para mulheres negras. Quantos talentos não perdemos por causa do racismo?
O que estamos fazendo para contribuir com a luta antirracista. Se você acha natural um papel de empregado sempre ser feito por um ator negro, não está contribuindo em nada.