Nesta sexta-feira, dia 26 de julho, têm início os Jogos Olímpicos de Paris. A cerimônia de abertura vai começar às 14h 30min, horário de Brasília, e deve atrair a atenção de milhões e milhões de pessoas ao redor do planeta.
O grande público se justifica. Este tem tudo para ser um evento memorável. Pela primeira vez a abertura vai se realizar fora de um estádio. Acontecerá ao ar livre, podendo ser acompanhado ao vivo por quem comprou e por quem não comprou ingresso. Não bastasse a tradicional elegância francesa – que certamente dará o ar da graça no espetáculo – a abertura dos jogos vai se beneficiar da beleza do cenário, às margens do rio Sena e junto à Torre Eiffel. Ah, la belle Paris!
São monumentais os números desta edição dos Jogos Olímpicos: dez mil e quinhentos atletas; 45 mil voluntários atuando no apoio; sete milhões de ingressos vendidos; previsão de mais de 1,5 bilhão de pessoas acompanhando os jogos pela TV, em 160 países diferentes.
Você vai aí dizer que os jogos olímpicos não passam de um grande negócio. Não resta dúvida de que há muito dinheiro envolvido. Os valores investidos para sediar o evento falam por si. A França gastou cerca de 9 bilhões de Euros. É claro que não faz isso a fundo perdido. O país sede se beneficia da atenção que recebe e tem chance de promover seus produtos e alavancar o setor de turismo, para além do período do evento. Um bom negócio, portanto.
Mas daí a dizer que os Jogos não passam de um negócio é esquecer o alcance de um evento como este. Os Jogos Olímpicos dão concretude a valores positivos, que são da maior importância para a humanidade. Promovem a integração dos cinco continentes em torno de competições esportivas e não de conflitos. Celebram a convivência e o entendimento. E vem favorecendo a igualdade de gênero, pois trazem cada vez mais mulheres para a competição. Pela primeira vez em 2024, aliás, o número de mulheres atletas quase equivale ao de homens. Como se sabe, isto rompe com a tradição. Os jogos Olímpicos originais na Grécia só admitiam homens, tanto como atletas como espectadores.
Estive em Paris no último mês de maio e a aproximação dos Jogos Olímpicos dava muitos sinais. Vendiam-se souvenirs olímpicos por toda a parte, tanto nas lojas oficiais como nas tendas dos camelôs. E não havia como não tropeçar nas obras em andamento. Arquibancadas sendo erguidas, limpeza de monumentos e restaurações a todo o vapor. E mesmo sendo apenas em maio, havia muitos, muitos turistas, engrossando as filas nos museus, lotando restaurantes, enchendo as ruas dos sons de uma Torre de Babel.
Uma das frustrações dos turistas dos jogos de Paris é o atraso das obras de restauração da catedral de Notre Dame. Como a gente lembra, a igreja pegou fogo em 2019, e segundo o plano inicial deveria estar aberta ao público nesta altura. Mas, há alguns meses, já se sabia que isso seria impossível. Nos dias em que estive lá, o sindicato dos panificadores de Paris tinha instalado no pátio da Notre Dame uma central de produção e venda de suas delícias, para ajudar a angariar fundos. Posso garantir que fiz a minha parte em favor da catedral… Ia todo o dia lá em busca dos melhores croissants que já comi na vida. Se a catedral não está ainda de portas abertas não me acusem da falta de colaboração…