Ao lado de não saber andar de bicicleta (não vale rir, taokey?), minha total ignorância na cozinha é uma frustração antiga. Aliás, “era” porque isso ficou no passado, graças à insistência dos filhos, acabei cedendo e comprei um air fryer.
A engenhoca consiste numa fritadeira sem óleo que utiliza ar quente circulante para cozinhar os alimentos. A principal proposta do eletrodoméstico é preparar refeições mais saudáveis, sem imersão em óleo. Além de fritar, o equipamento pode assar, grelhar e gratinar.
Diante de depoimentos apaixonados de proprietários do equipamento, achei tratar-se de propaganda enganosa. Mas para minha surpresa… descobri que até eu consigo fazer “gororobas” saborosas. Para mensurar o tamanho da proeza, minhas habilidades na cozinha se restringiam a três especialidades: fazer chimarrão, preparar torradas e caprichar na batida/vitamina de banana.
Desde a aquisição (modelo pequeno) já fiz contrafilé ao molho de mostarda, maminha acebolada e o popular choripan que tornou-se um vício. Consiste no preparo de linguiças suínas acomodadas em cacetinhos besuntados com maionese e chimichurri.
O grande desafio é manter o peso, já acima do ideal. Sou
“muito bom de garfo” e completamente indisciplinado
Quando faltam alguns minutos para ficarem no ponto, adiciono tiras de queijo para gratinar as salsichas. Em 20 minutos o banquete está pronto! Todas as experiências são acompanhadas de batatas fritas. Dica: prefira aquelas congeladas com a inscrição “especial para air frayer”. Vale muito a pena!
A partir das primeiras incursões no mundo culinário entendi porque o air fryer, que passei a chamar de EUfryer, faz tanto sucesso. É uma revolução que permite mitigar a frustração gastronômica de gente que sequer sabia fazer um ovo cozido. Tipo, eu!
O grande desafio, agora, consiste em manter o peso – já acima do ideal. Sou “muito bom de garfo” e completamente indisciplinado. Levanto às 5h30min e até o meio-dia… só chimarrão. No almoço, prato farto. À tarde, raros lanches, exceção aos sanduíches tipo farroupilha, com queijo e salamito. À noite a vingança baseada naquelas desculpas bem conhecidas dos glutões: quando o dia foi ruim, ao menos a comida deve compensar as frustrações. Quando a jornada foi exitosa… o pensamento é:
– Bah… hoje eu mereço um choripan e uma cerveja BellaVista beeeeem gelada!