Em 1994, Alfonso Antoni concretizou o seu desejo de ser padre para levar fé, consolo, força, palavra de Deus e de Jesus e cuidado para as comunidades. Desde cedo, quando tinha dez anos de idade, decidiu e sabia que seguiria esse caminho. Natural de Vila Teresinha, interior de Venâncio Aires, recebeu a ordenação no fim de 1993 e no ano seguinte começou a atuar. Portanto, em 2024 celebra 30 anos da missão de ser padre. “Quando criança eu já havia decidido que queria ser padre. A fé sempre fez parte da minha vida e a vontade de ajudar os outros. Foi algo que foi se fortalecendo ao longo dos anos, essa vocação é algo muito forte que sempre esteve presente.”
Antes de exercer as atividades religiosas, Antoni teve um longo período de estudos e preparo. Estudou até a 6º série na localidade em que nasceu e veio para o Seminário Sagrado Coração de Jesus de Arroio do Meio para cursar a 7ª e 8ª série nos anos de 1980 e 1981. Para cursar o chamado Científico (hoje Ensino Médio), foi ao Seminário São João Batista em Santa Cruz do Sul. Mais tarde, estudou Filosofia no Seminário em Viamão, na Faculdade Imaculada Conceição. A conclusão foi com o curso de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC). Além disso, participou de um estágio em Crateús, no Ceará. Ainda atuou como padre na Paróquia de Rio Pardo quando começou há três décadas, retornou para terras cearenses em 1995, foi um período para Cruzeiro do Sul e para a coordenação da pastoral em Santa Cruz do Sul. Desde 2013 é pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Arroio do Meio. No Ceará, a sua experiência foi marcante, pelo fato de conhecer de perto as dificuldades do povo do Nordeste. Apesar dos problemas daquela região, o padre lembra que foi bem acolhido e que a humildade, simplicidade e sinceridade são características marcantes dos moradores, assim como uma forte vida religiosa. O principal ensinamento que a experiência trouxe é de que a força e o crer são fundamentais para enfrentar desafios.
“Embora eu quisesse ser padre desde pequeno, o sentido do caminho religioso vai amadurecendo à medida que vamos estudando e conhecendo esse universo.” Para ele, a função é um eterno aprendizado. “Eu sempre aprendo muito com as pessoas e comunidades que estou, pelas quais passei e as que visito. Precisamos ter em mente que as pessoas nos ajudam a firmarmos a nossa missão, pois são histórias e vivências diferentes em que estamos próximo para auxiliar.” Ao longo dos 30 anos, diz que o momento mais difícil são os sepultamentos de crianças e jovens e as mortes trágicas, por impactar e trazer à tona sentimentos.
ENCHENTES
Ser um representante da fé e da palavra de Deus, vai muito além de rezar, conduzir missas e celebrações. É também estar presente para ajudar o local em que se vive. Como exemplo, o padre Alfonso Antoni cita as enchentes catastrófica em Arroio do Meio e região em que essa foi a principal missão. “Foi um momento muito difícil, de dor e marcante. Todos fomos atingidos de alguma forma, a nossa comunidade católica do Navegantes e tantas outras. Acolhi aqueles que cruzaram o meu caminho com palavras de fé e com minha presença onde fosse possível. Eu sempre penso na vida de Jesus que foi muito mais do que se dedicar as orações, ele cuidou das pessoas, curou, protegeu e tinha palavras confortantes.” Antoni lembra que escolheu como lema de seu ministério ‘Vim para que todos tenham vida e em abundância’ palavras bíblicas do Evangelho de João e que estão relacionadas com o auxílio às comunidades.
Foto: Carolina Schmidt