Um em cada quatro candidatos da chamada Geração Z leva os pais para a entrevista de emprego. Além disso, 70% pediram ajuda aos pais para procurar emprego e 16% pediram para enviar os currículos em busca de colocação no mercado de trabalho. O levantamento foi feito com 1.428 jovens nos Estados Unidos. Mas olhando em volta, será que no Brasil a realidade é muito diferente? Por definição, “Geração Z é composta por quem nasceu na primeira década do século XXI. Por não haver uma exatidão na contabilização do tempo em relação ao surgimento das diferentes gerações, podemos considerar como geração Z quem nasceu no fim da década de 1990. O mais marcante dessa geração é a sua íntima relação com a tecnologia e com o meio digital, considerando que ela nasceu no momento de maior expansão tecnológica proporcionada pela popularização da internet.”
Nunca, em tempo algum, o mundo teve à disposição tantas ferramentas de comunicação, pesquisa e de busca de conhecimento. Paradoxalmente, porém, a radicalização, comprovada através do ódio que abunda nas redes sociais, demonstra a flagrante incapacidade do ser humano em usar a tecnologia “para o bem”.
Preocupa constatar que no futuro a Geração Z vai administrar cidades, Estados e presidir nosso país. Entre os jovens nota-se uma flagrante incapacidade de conviver com o fracasso. Quando isso acontece, ocorrem episódios de ansiedade e revolta que acarretam transtornos de comportamento. É comum, ainda, a plena incapacidade para o diálogo, optando-se pelo confronto, ofensas, ataques de cunho pessoal em caso de contradição de ideias.
Parte deste “fenômeno” se deve ao comportamento dos pais. É comum notar a falta de comprometimento na criação dos filhos. Quando isso acontecesse credita-se a culpa aos professores pela postura egoísta dos jovens. Alegando cansaço, compromissos profissionais e falta de tempo, pais terceirizam obrigações inerentes à paternidade/maternidade. Constitui equívoco comparar épocas diferentes, do tipo “no meu tempo era muito diferente e muito melhor”. Nota-se, todavia, uma total inversão de valores. Vivemos numa era em que professores são agredidos em sala de aula e pais são desaforados no shopping, no supermercado, dentro de casa. O que preocupa é constatar que num futuro não muito distante esta Geração Z vai administrar cidades, Estados e presidir o Brasil. Tecnologia não falta, mas haverá formação humana suficiente para inspirar os futuros gestores?