Ser chamado de bairrista pode ser um elogio ou uma espécie de ofensa, dependendo do ponto de vista. Muita gente gosta de ser reconhecida como apaixonada pelo lugar onde nasceu ou reside. Outros enxergam no termo “bairrista” algo pejorativo, do tipo que não enxerga nenhum defeito no local em questão. Arroio do Meio completa 90 anos, uma “data redonda”, cujo significado deve ser comemorado. Como todos sabem, sou um bairrista convicto e assumido. Diferente de alguns amigos que têm constrangimento para revelar que nasceram no interior do Rio Grande do Sul. Faço questão de dizer onde nasci e falar das belezas e potencialidade que temos. Apesar de bairrista, não sou daqueles arroio-meenses que só enxergam virtudes em nossa terra.
Reconheço mazelas a ser combatidas, lacunas a serem preenchidas e que temos necessidade de modernizar diversos segmentos do cotidiano, sob pena de ficarmos à margem do desenvolvimento. Caminho muito pelas ruas da nossa cidade, como fiz no último sábado. Mas careço de maiores informações sobre o interior. No Centro da cidade, noto a proliferação de estabelecimentos comerciais de diversos portes. Mas também constato que muitos negócios encerram suas atividades num curto espaço de tempo. Talvez não tenham consumidores que justifiquem tamanha quantidade de lojas e serviços.
Sinto falta de maiores opções de hospedagem e bares, embora admita que talvez o fluxo de turistas não justifique investimentos vultosos. Espero que a onda de turismo que aportou em diversos municípios do Vale do Taquari também invada Arroio do Meio. Temos potencialidades incríveis e variadas. A natureza nos privilegiou em vários locais. Resta tratar este segmento com planejamento e profissionalismo. Também seria interessante termos um café colonial para explorar nossas origens italianas e germânicas.
Necessitamos de um lugar para comprar ao menos uma camiseta ou outra lembrança da terrinha. Temos que instalar urgentemente um enorme painel, antes do trevo (nos dois sentidos), para chamar a atenção e trazer para dentro da cidade aqueles turistas que transitam pela ERS-130. Esta e outras melhorias, sugeridas por este despretensioso cronista, são meros pitacos de um curioso, porém, apaixonado arroio-meense que anseia em ver a terra natal desenvolvida, com pleno emprego e melhor qualidade de vida. Nesse quesito, aliás, é urgente acomodar o contingente atingido pela enchente. Para eles, o final de ano será um período de dor, saudade e muito sofrimento.