O primeiro mês do ano traz uma campanha fundamental quando o assunto é o cuidado com a saúde mental: o Janeiro Branco. A iniciativa é celebrada no mundo, incentiva reflexões e ações que promovam o bem-estar psicológico, destacando o impacto das emoções na qualidade na vida Em Arroio do Meio, há um serviço que é Casa Branca que é especializada neste tipo de atendimento e recebe pessoas acima de 16 anos, realiza a triagem, escuta ativa e se houver necessidade encaminha para o hospital e profissionais como psiquiatra e psicólogos. A coordenadora do serviço, a enfermeira Angela Bruxel, explica que além da prevenção ser fundamental, desmistificar o tema também é necessário e uma luta diária.
“Há ainda muitos que pensam que buscar ajuda para a saúde mental é algo de pessoas loucas, mas não é assim. Todos nós somos diferentes e temos uma bagagem. As pessoas ainda são inseguras para compartilhar seus medos e vivemos uma cultura de preconceito. No entanto, precisamos perceber quando é o momento de buscar ajuda. Quando uma ansiedade, por exemplo, já se tornou uma patologia. É necessário trabalhar o tema e a desmistificação com a comunidade para elas terem um outro olhar. Nossa equipe está disponível para acolher, acompanhar e cuidar de forma compartilhada com os demais serviços da rede de saúde hospitalar e clínica.”
O CUIDADO DE FORMA INTEGRAL
A coordenadora dos programas de prevenção da Secretaria de Saúde, a biomédica, Simone Kochhann, observa que os cuidados da saúde mental envolvem; não, somente, o medicamento e a terapia com profissional da área, mas exercícios físicos, boas leituras e uma boa noite do sono. “Quando falamos em saúde mental precisamos olhar para nós mesmos de forma integral e complementar, ser protagonista de seu próprio cuidado. É um conjunto de fatores que faz a diferença e trata o emocional. O paciente também precisa se sentir bem com suas relações familiares, amorosas e de trabalho. Tudo colabora para que se recupere e mantenha o emocional em dia.”
De acordo com Angela e Simone, o sentimento de ansiedade por ser normal em determinadas situações, mas é preciso ficar atento quando se torna algo patológico e impede a pessoa de ter uma vida normal com as atividades que antes traziam bem-estar. “A ansiedade é um processo normal da vida em certas ocasiões e acontecimentos, só que quando vira uma doença não é mais aquele frio na barriga momentâneo e acaba limitando a rotina do paciente.
COMO RECONHECER SINAIS DE SOFRIMENTO PSICOLÓGICO?
As profissionais da saúde orientam quais são os sinais que são reconhecidos como sofrimento psicológico para buscar ajuda: alterações no sono e apetite, sensação constante de tristeza ou irritabilidade, dificuldade de concentração, sensação de esgotando e desesperança, isolamento social, e pensamentos de autolesão e suicídio. “Se você se identificou com algum desses sinais ou conhece alguém procure ajuda”, reforçam.
Dicas de como cuidar da saúde mental
Um primeiro passo é ter cautela com as expectativas. Criar metas que impliquem em mudanças de vida, rotina ou hábitos, sem o devido planejamento ou sem considerar as possibilidades reais e os recursos necessários, pode torná-las inatingíveis, gerando frustração e consequentemente sofrimento emocional;
É importante estabelecer metas tangíveis, com prazos mais curtos ou divididas em etapas;
Ter uma atitude de autocobrança exagerada, poderá dificultar o reconhecimento dos esforços e conquistas ao longo do ano;
É natural que os acontecimentos, por vezes, não ocorram como esperado ou que as prioridades mudem no meio do caminho. Nesse caso, é fundamental reconhecer as qualidades, habilidades e recursos internos para lidar com as adversidades e, se necessário, reprogramar a rota;
É importante fazer atividades que tragam satisfação;
Mantenha a consciência sobre os sentimentos. Identificar as emoções é fundamental para fazer mudanças em direção ao bem-estar;
Dê atenção ao momento presente. Pensar constantemente em coisas que já aconteceram ou poderão acontecer é um desencadeador de angústia. Portanto, é importante focar nas ações possíveis, naquilo que está no controle e aproveitar as experiências atuais. (Fonte: Governo Federal)
Foto: Carolina Schmidt