Um dos maiores desafios de um homem público é ser prefeito. É uma função desafiadora. A carga tributária só aumenta, mas quase nada fica no município, onde a vida acontece de verdade. Há muito tempo que não temos novidades na disputa para o cargo em Arroio do Meio. Há uma alternância que se repete, com mudanças apenas na função de vice-prefeito. O prefeito é demandado todos os dias. Ir no mercado, cancha de bocha, igreja ou na quermesse significa ouvir pedidos e cobranças. O cidadão, em municípios menores, interpela o administrador público em qualquer lugar. Ao contrário do governador do Estado e do presidente da república, o prefeito fica exposto e “mata no peito” todas as cobranças, desaforos e até ofensas.
O maior desafio do prefeito de Arroio do Meio é a geração de empregos. Por décadas os 36 municípios do Vale do Taquari constituíam uma espécie de eldorado. Até a pandemia foi enfrentada com consequências bem mais amenas em relação ao restante do RS e do Brasil. Atrair investimentos é uma tarefa exaustiva que exige perspicácia, equipe qualificada de secretários e assessores e uma grande capacidade de prospectar oportunidades. Nosso município carece de empreendimentos na área do turismo, um dos segmentos mais importantes para gerar vagas de trabalho.
A ocupação de mão de obra começa na construção de prédios e de estruturas, atividade que movimenta lojas de material de construção, revendas de veículos e postos de abastecimento. Posteriormente existe a criação de vagas de balconistas, vendedores autônomos, manobristas, seguranças, cozinheiros, garçons, pequenos empreendedores, proprietários de vans e frotas de ônibus e um sem número de negócios periféricos menores. Neste momento de reconstrução é importante trabalhar pela convergência com base no diálogo. Infelizmente muita gente, aquinhoada com um bom emprego ou que goza de uma bela aposentadoria ignora os milhares de trabalhadores que perderam tudo com as enchentes. E acha defeito em qualquer iniciativa. A crítica é sempre mais fácil do que a contribuição séria, a solidariedade e a empatia de se colocar no lugar dos atingidos pelas cheias. Precisamos de empregos com urgência, de negócios e empreendimentos, sempre com respeito às leis e às normas legais. Milhares de conterrâneos precisam do poder público e de todos nós para reerguer vidas em Arroio do Meio.