fe climática ocorrida em maio do ano passado ainda reverberam no Vale do Taquari e na vida da população, principalmente para aqueles que tiveram seus bens atingidos. É o caso do casal Jorge Luiz Cipriano da Silva, 67 anos, e Maria Leci da Silva, 66, que tinham residência própria na rua Campos Sales, no bairro Navegantes, e viram a casa ser destruída pela enchente. fe climática ocorrida em maio do ano passado ainda reverberam no Vale do Taquari e na vida da população, principalmente para aqueles que tiveram seus bens atingidos. É o caso do casal Jorge Luiz Cipriano da Silva, 67 anos, e Maria Leci da Silva, 66, que tinham residência própria na rua Campos Sales, no bairro Navegantes, e viram a casa ser destruída pela enchente.
Jorge e Maria se mudaram para Arroio do Meio em 2003. Compraram o terreno e construíram a casa na rua Campos Sales, onde moraram até a enchente de 2020, que atingiu a casa na altura da janela. Naquele momento decidiram alugar o imóvel e foram morar de aluguel na Barra do Forqueta, onde residem até hoje, ao lado da casa do filho William da Silva, 26, que morava com os pais até 2020, no Navegantes. O filho mais velho Carlos Alexandre Nunes da Silva, 45, mora em Candelária. A enchente de setembro de 2023 cobriu a casa e arrancou o telhado. A família recebeu ajuda e conseguiu fazer a reforma para seguir alugando o imóvel. Porém, com a grande enchente de maio de 2024, restaram somente os escombros e as lembranças do local onde viveram momentos felizes e também desafiadores. “Eu venho todo domingo. A gente sentava aqui todo domingo de manhã e tomava chimarrão. Via o pessoal passando, indo no mercado do Silva comprar uma carne para fazer um churrasco”, conta Jorge, que todos os domingos vai tomar um chimarrão onde ficava sua antiga casa e relembrar dos momentos vividos ali. Em 2016, Jorge teve um AVC no pátio de casa. Ele se recuperou e não ficou com sequelas, porém não pôde seguir no seu trabalho como motorista de caminhão. “Eu dirigi por 30 anos para o Chiamulera (Bebidas), me aposentei, mas segui trabalhando até sofrer o AVC.” O médico não o liberou para seguir dirigindo caminhão, apesar de não ter ficado sequelas. Desde então, Jorge faz ‘bicos’ e segue viajando na carona. Ele auxilia no descarregamento de cargas de uma empresa de produtos de limpeza. Também cata e vende latinhas. E quando tem um tempo livre durante a semana, vai de bicicleta até o local onde morava na Campos Sales. “Era um lugar tranquilo de morar. Tinha mercado, posto de saúde, tudo perto. E a vizinhança era muito boa. Era um lugar seguro, tanto que uma vez fomos a Candelária e esquecemos a chave na porta pelo lado de fora e voltamos dois dias depois e seguia lá”, lembra o casal. A mãe e os irmãos de Jorge também moravam na mesma rua. A casa tinha 91 m². Eram três quartos, banheiro, sala cozinha, garagem, varanda e um pátio que foi cercado para deixar solto o cachorro da família. As recordações são muitas e, agora, o que fica é a esperança de conseguir um novo lar para morar. Jorge e Maria receberam o Pix de R$ 5.100 do governo federal e foram beneficiados pelo programa Minha Casa Minha Vida/Reconstrução. O programa permite que o beneficiário encontre uma casa pronta no valor de até R$ 200 mil que será financiada pelo governo federal. Com a alta procura por imóveis nessas condições, o casal está com dificuldades em encontrar uma casa, mas segue com esperanças de conseguir o quanto antes, para poder voltar a morar em um local próprio, sem pagar aluguel.
Foto: Leonardo Lange Barth