Desde cedo, a jovem Lea Franziska Hecke, 18 anos, conhece o poder da fé na vida das pessoas. O pai é Diácono da Igreja Católica e ela auxiliava nas missas como coroinha. Tem um apreço especial por São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais. Natural da cidade de Tübingen, na Alemanha, ela realiza intercâmbio no Vale do Taquari e, atualmente, está em Cruzeiro do Sul. Ela chegou ao Brasil em agosto do ano passado e marcou presença na reunião sobre os preparativos finais da Romaria da Terra que ocorreu em Arroio do Meio na última semana. A visita para a região ocorre por meio de um projeto da Diocese de Santa Cruz do Sul e Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Alemanha. No Vale do Rio Pardo, já teve a oportunidade de estar em Santa Cruz, Encruzilhada do Sul e Venâncio Aires para a entrega de sementes. A intercambista também já visitou diversos locais na Europa e quando retornar para sua cidade natal, na metade do ano, pretende começar um curso de graduação.
“Estou gostando muito de estar aqui. As pessoas são muito especiais. Já visitei muitos agricultores e conheci as suas realidades. Estou participando de encontros da CTP, da romaria, da missão das sementes, entre outras.” Para Lea, a fé tem um valor especial, pois a relaciona com a comunidade. “Ter fé é resumidamente para mim estar junto. É nunca estarmos sozinhos, pois as pessoas cuidando umas das outras se unem quando possuem a crença. Além disso, nos ajuda a ter muita força.” Sobre a romaria, cita que será um grande evento e que está feliz em poder participar.
ENCHENTES
Lea chegou no Vale depois da catastrófica enchente de maio que devastou os municípios. Ela acredita que a crença em Deus ajudou as pessoas a superarem e também percebeu o poder da solidariedade. “A igreja ajudou muito as pessoas e também outras entidades e voluntários, isso é muito importante. Eu vi fotos e vídeos na Alemanha da tragédia que aconteceu aqui, mas foi muito chocante ver, pessoalmente, como ficou Cruzeiro e as cidades vizinhas. Já vi enchentes na Alemanha, mas não tão grandes como aqui. Quando as pessoas contam as suas histórias, compartilham o que passaram, impressiona muito. Ainda não podemos acreditar em tudo que aconteceu, onde a água chegou.”