Acompanhei, como certamente, muitos de vocês, a premiação do Oscar deste ano e a tão importante e merecida conquista do filme brasileiro: “Ainda estou aqui”, como melhor filme estrangeiro. Concorríamos ainda no quesito, melhor atriz coadjuvante, com Fernanda Torres, que acabou não consagrando-se vencedora. Mas, nem precisávamos disso. Explico ao longo do texto.
A própria indicação de Fernanda Torres e do nosso filme já valeram a nossa autoestima. No cinema que é dominado pelos gigantes de Hollywood já é superação. Num país que nem o nosso, que é conhecido pelo futebol e pela corrupção, ver a literatura e a cultura brilhando, é no mínimo, emocionante!
O que Fernanda Torres fez, que é uma figura simpática fora das telas também, filha de uma pessoa que dispensa comentários pelo seu talento, que é Fernanda Montenegro, não tem preço que pague. Ela nos mostrou que somos capazes de muito além do que imaginamos, basta trabalhar. Mostrou seu talento e encarnou a personagem com vida e emoção. Acreditou com humildade, mas não menos vivacidade, no projeto de um livro brasileiro com a cara do Brasil. Uma história nossa e que mostra a nossa gente e nossa realidade.
O filme tem a alma genuína do brasileiro quando, a partir do livro com o mesmo título, do autor Marcelo Rubens Paiva, conta a difícil luta de sua mãe para descobrir a verdade sobre o desaparecimento do marido, durante a ditadura militar. A personagem principal Eunice, busca a verdade e mostra a dor de uma família para descobrir isso, tendo que lutar contra um regime, e defender seus filhos. Mas não vou falar do filme aqui, até por que quero deixar, você, leitor assisti-lo, já que vale muito a pena. Está aí uma boa dica de filme.
Temos um cultura, uma literatura e um cinema que vale a pensa investir, incentivar e acreditar. Comecemos por nós, consumindo produtos brasileiros. Leia mais, assista mais o Brasil; já rompemos barreiras mundiais e fomos vistos, agora vamos nós fazer o nosso papel.
Parabéns, produtores, cineasta, autor do livro e, principalmente, Fernanda Torres por elevar o país a um patamar de grandeza e de autoestima. Nós precisávamos disso!